Olá pessoal,
Seguem abaixo alguns comentários a respeito da minha
participação na Rio+20.
entrada para a Conferência |
A ideia de participar da Conferência das Nações Unidas sobre
o Desenvolvimento Sustentável (CNUDS) surgiu dentro do próprio Servas
International (SI). Em uma minuta de uma das reuniões quinzenais do SI, foi
sugerido o contato com o Servas Brasil a fim de verificar a possibilidade de
alguém comparecer. “Eu posso”, levantei o dedo.
Daí, credenciamento, acertos dos relatórios, etc. mochila e
netbook nas costas, lá vamos nós...
Por causa do trabalho, só pude ir à Conferência em três dias
– de 20 a 22/06, justamente nos dias em que chefes de estados, delegações
oficiais, etc. estariam lá para debater o “Rascunho Zero” (“Zero Draft”).
Seguindo as orientações da Secretária de Paz do SI, Daniela
Serres e da Secretária Nacional, Maria Fernanda, foquei a participação em
assuntos relacionados ao Servas. Por isso, tomei parte nos Eventos Paralelos que
são eventos onde ONGs., organizações intergorvementais ou do sistema da ONU
debatem, paralelamente à Conferência, assuntos relativos ao desenvolvimento
sustentável. No total, foram seis eventos:
participação em um dos eventos paralelos |
- Antecipando ações locais para o desenvolvimento
sustentável
- Turismo para um futuro sustentável
- Avançando o desenvolvimento sustentável em países
pós-conflito
- O future que queremos – o papel do cooperação pelo
desenvolvimento para chegarmos lá.
- Ação do voluntário conta: o poder do voluntariado para o
desenvolvimento sustentável
- Alimentos,
agricultura e conflitos – desafio para a paz
Todos estes eventos, na verdade, são painéis com
participantes que têm diferentes perspectivas do tema abordado. Todos
interessantes. Alguns, no entanto, não corresponderam às expectativas, como,
por exemplo, o painel relativo ao turismo, onde autoridades (ministros de
turismo do México, Madagascar e Dubai e também Brasil) se limitaram a ler “informativos”
sobre como o turismo, em cada país, era socialmente responsável, pois criava
empregos e incluía habitantes marginalizados.
hall chamado "O futuro que queremos" |
Outro SD que decepcionou foi o relacionado à cooperação para
o desenvolvimento. O painel se limitou às observações do secretário da
conferência, Sr. Sha Zhunang, sobre a falta de consenso no acordo. Quer dizer,
o “para chegarmos lá” ainda tem muito chão pela frente.
Por outro lado, outros SDs. foram muito interessantes. O
evento sobre voluntariado foi o que mais entusiasmou. Não só pelo assunto, mas
pelos panelistas que contagiaram os participantes com apresentação de “cases”
positivos de como ações voluntárias modificam a realidade e promovem o
desenvolvimento sustentável.
Também me chamou a atenção o clima de Torre de Babel da
Conferência. O que menos se via eram brasileiros... A atmosfera global do
encontro era fascinante: roupas tradicionais, especialmente da África e sudeste
asiático. O mundo se encontrava na Praça de Alimentação, na fila do cafezinho
de manhã cedo... O centro de mídia, então... Esse era o lugar mais
interessante: repórteres de todo mundo (inclusive da CCTV, estatal chinesa de
notícias) estavam por lá para levarem notícias aos seus
leitores/telespectadores. Havia um zum-zum característico das redações. O
contrário se via na área restrita às autoridades: só se chegava perto da
entrada e dava-se “meia-volta-volver”...
participação em um dos eventos paralelos (voluntariado) |
A cidade respirava o evento: para o bem e para o mal...
Tinha carioca que se sentia orgulhoso da Conferência estar se realizando na
cidade; havia outros que reclamavam dos congestionamentos causados pelas
manifestações. Uma programação de atividades relacionadas à Conferência foi
feita para a população e os turistas, propondo uma reflexão sobre o
desenvolvimento sustentável. Na tentativa de facilitar o deslocamento de
autoridades para o Riocentro (local da Conferência; distante uma hora e meia do
aeroporto internacional, o Tom Jobim), foi decretado ponto facultativo para os
serviços públicos e feriado escolar.
Em fim, foi positivo o saldo da Conferência. Apesar de não
se ter chegado a um acordo “ambicioso” no qual se estabelecesse metas para
serem alcançadas em alguns anos (como é o caso da redução de emissão de CO2
pelos países mais poluentes), a Conferência resultou em compromissos de alguns
setores da sociedade, como de empresas que se comprometeram como a Bovespa e a a Bolsa de Joanesburgo que, mesmo a longo prazo, vão promover a adoção de medidas relativas ao desenvolvimento sustentável em seus respectivos mercados . Serviu, também, para "acordar" os brasileiros ainda reticentes sobre o assunto.
Graças ao Servas tive a oportunidade de representa-lo na Conferência e de compartilhar as impressões pessoais com todos vocês.
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