Edna Cardoso - MG
Meu SLE (Servas Language Exchange) de quatro semanas no Chile foi bastante proveitoso para conhecimento da língua espanhola, da cultura e do povo chileno.
Fui recebida no aeroporto de Santiago por Javier Heusser, em 01/11/15 hospedando-me com o casal Javier e Christine, por uma semana, no bairro Las Condes, tendo recebido suporte e orientação em geral.
Com os anfitriões Javier e Christine e filhos |
A cidade é limpa e o cidadão de Santiago é tranquilo, andando a pé, dirigindo um carro ou dentro do metrô (sempre dando preferências). Até lembra a tranquilidade do povo mineiro. São muito gentis também para dar informações, chegando a imprimir mapa do google e me acompanhando quando necessário.
Visitei museus, a Biblioteca Nacional, o mercado central, cafés, cerros, parques e o tribunal. Tenho uma queda pela arquitetura, por isso visitei todos os bairros desde o mais antigo até ao moderno centro financeiro e os belíssimos parques de Santiago com muitas flores e pessoas de todas as idades, incluindo eu, também vendo o tempo passar.
Um pouco da arquitetura de Santiago |
No domingo seguinte tivemos um encontro do Servas Chile em Curacavi, na cabana dos anfitriões. Saboreamos um assado (nosso churrasco) no evento organizado com capricho.
Maravilhoso encontro com servianos chilenos |
Na semana seguinte, fiquei hospedada na casa de Ricardo Soto Monteiro com sua mãe Margarita Monteiro Silva, no bairro Estacion Central. Durante a estadia, conheci o funcionamento de um “kiosco escolar”, a cantina onde Margarita trabalha. Na sexta- feira, ela me levou para conhecer a “cueca”, tradicional e sensual dança chilena.
Edna, Margarita, Ricardo e Amelie |
Os chilenos são muito tradicionais, usando uniforme com gravata. Desde pequenas, as crianças são levadas pelos professores para conhecer museus, a maioria deles gratuitos. Também são patriotas, apaixonados pela bandeira do Chile que está em todos os lugares.
Fiquei encantada com a tranquilidade do encontro de mulheres em casa desses anfitriões, tomando café e conversando, reunidas a cada final de semana em uma casa, com fins voluntários, quando trocam informações sobre crochê.
Meu próximo destino foi Valparaíso. Fui recepcionada na rodoviária por Paz Undurraga, ficando com a família, marido Michael Bier, um austríaco que apresentou o Servas para ela; Melinka sua primeira filha de 19 anos, Felix e Gala Bier. Os dois são arquitetos, ela trabalha com “remodelação” (restauração) da arquitetura do Chile. Eles me deram muitas informações sobre as construções da cidade, que é patrimônio da humanidade, tombada pela Unesco, as famosas construções coloridas revestidas de zinco.
Felix, Paz, Gala, Edna e Michel em Valparaíso |
Aliás, ficar na casa de Paz já é mergulhar em Valparaíso, pois fiquei no Cerro San Juan de Dios.
Explorar a cidade é explorar os cerros. Se minhas canelas já eram grossas de subir as montanhas de Minas Gerais, ficaram mais grossas ainda depois que explorei os famosos e apaixonantes cerros de Valparaíso e das longas subidas pelas “escaderas” (escadas). Tinha a opção de usar os tradicionais ascensores, elevadores que fazem o trajeto entre a parte plana e os cerros.
Cada cerro reserva um mistério, desde o mais badalado ao menos remodelado. Não se pode deixar de explorá-los e admirar a vista do Pacífico do alto e do quebra cabeça na hora de descer. Há turistas de todas as nacionalidades perdidos na descida e encantados com a arquitetura belíssima por fotografar.
Há um museu de História Natural, com informações de flora e fauna, muito encantador, um Arco do Triunfo semelhante ao de Paris. Não poderia deixar de falar do maravilhoso porto onde eu ia todas as tardes, e ficava “hablando” com as pessoas e “mirando” o Oceano Pacífico e as lanchas fazendo passeio pela baía.
Linda vista de Valparaíso |
No sábado seguinte, Paz me deixou em Viña del Mar, onde fiquei na casa de Aneris Cao e Walter Koza, um casal de argentinos que moram no Chile. Eu e Aneris andamos pela orla, fomos a uma terapia do sono, caminhamos por Quinta Vergara, um parque belíssimo. Conheci a parte externa do museu onde abriga história da Ilha de Páscoa. A noite assistimos a película ‘Un Cuento Chino”, uma comédia argentina, onde um argentino e um chinês não “hablam” a língua um do outro, quando quase perdi o fôlego de tanto rir.
Com os anfitriões Aneris e Walter em Viña del Mar |
No domingo fui para Talca, onde ficaria os próximos três dias com o casal Julia Ortiz, casada com o alemão Deltlef Brommer. Eles moram em uma maravilhosa “parcela”, (chácara) afastada da cidade, tendo reservado uma linda cabana para minha hospedagem.
Júlia é psicóloga, e como eu, bastante conversadeira. Falamos sobre diversos assuntos enquanto passeamos pela cidade que tem muitos vestígios de um grande terremoto e também assistimos a uma película na universidade.
Detlef, é montanhista, deve ter ficado triste porque eu não fiz o famoso passeio na Cordilheira com ele; feito por Juvenil e Thomas, do Servas MG, quando estiveram em sua casa. Eu não poderia me arriscar a ser notícia em rede nacional: brasileira, mineira de Extrema, turista, perdida na Cordilheira dos Andes!
Com os anfitriões Detlef e Júlia em Talca |
Na quarta feira Detlef me deixou na rodoviária quando voltei para Viña del Mar. Eu mal imaginava o frio que enfrentaria dentro do ônibus. Fui novamente recebida por Aneris. Após passar tanto frio, estava à minha espera uma cama quentinha para meu conforto.
Novamente em Vinã, continuei minhas explorações a pé, circulando pela orla, entrando no famoso e antigo cassino construído em 1929. Depois segui com Aneris de ônibus até o balneário de Reñaca e terminando na praia em frente ao prédio que ela reside, quando coloquei os pés nas águas geladas do Pacífico.
Passei por três “temblores” (tremores): o primeiro, quando eu estava dormindo em Curacavi, na cabana de Javier, o outro em casa de Margarita. E o terceiro, esse eu posso contar que vi. Estava eu com Aneris e Walter, sentada à mesa no 15º andar, quando percebemos que o lustre balançava, como se tivesse um ventilador ligado, olhei para os lados e não vi ventilador e foi aí que veio o pânico, mas tudo passou rápido.
No domingo de manhã (29/11/15), Aneris e Walter me deixaram na rodoviária, onde embarquei para Mendonza, terminando aí o meu SLE.
Cheguei em Mendonza domingo a tarde, depois de subir a Estrada Caracoles Chile-Argentina na Cordilheira dos Andes, passeio belíssimo, onde a bagagem do ônibus escorrega para todos os lados e você também.
Dormi em um hostel e no dia seguinte fui recebida em San Luis por Miriam Gvirtz e Arturo Gustavo Sorokin, um casal de argentinos com ascendência judia, pois Miriam já havia me convidado com antecedência.
Miriam reconheceu e entendeu o meu cansaço, me convidava apenas à noite para acompanhá-la nas aulas de tango na universidade e no teatro. Ela foi importante na minha decisão de não continuar a viajem seguindo para Buenos Aires, onde ficaria mais seis dias. Eu estava com o corpo cansado e a mente tinha recebido muita informação cultural em pouco tempo.
Miriam teve muito interesse em nossa camiseta branca do SERVAS e eu acabei entregando para ela em um gesto de grande agradecimento pelo término dessa maravilhosa viajem que devo a todos os nossos amigos servianos. Voltei para Mendonza e tomei um avião para São Paulo, fazendo uma escala no Chile novamente!
Com Arturo e Mirian en San Luis, Argentina |
Agradeço a todos que de alguma maneira colaboraram para que eu pudesse viver essa experiência de 33 dias em contato com a língua espanhola, a todos que me receberam no Chile e em San Luis, Argentina. Meu agradecimento também aqueles que me aguardavam em Buenos Aires, os quais eu os visitarei em outra ocasião.
4 comentários:
Presenciei a distância cada minuto desta experiência da Edna! Valeu Edna e Servas!
Gracias Edna por tu bonito informe de tu SLE con nosotros! Nos ha encantado recibirte! Te mandamos un fuerte abrazo desde Servas Chile y te esperamos cuando quieras :)
Usted es un poco chilena ahora! Amo el Chile e los chilenos también.
Usted es un poco chilena ahora! Amo el Chile e los chilenos también.
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