Paz e entendimento por meio de viagens e hospedagem

Paz e entendimento por meio de viagens e hospedagem

quarta-feira, 30 de março de 2016

Intercâmbio em paraísos andinos

Edna Cardoso - MG


Meu SLE (Servas Language Exchange) de quatro semanas no Chile foi bastante proveitoso para conhecimento da língua espanhola, da cultura e do povo chileno.

Fui recebida no aeroporto de Santiago por Javier Heusser, em 01/11/15 hospedando-me com o casal Javier e Christine, por uma semana, no bairro Las Condes, tendo recebido suporte e orientação em geral.

Com os anfitriões Javier e Christine e filhos


A cidade é limpa e o cidadão de Santiago é tranquilo, andando a pé, dirigindo um carro ou dentro do metrô (sempre dando preferências). Até lembra a tranquilidade do povo mineiro. São muito gentis também para dar informações, chegando a imprimir mapa do google e me acompanhando quando necessário.

Visitei museus, a Biblioteca Nacional, o mercado central, cafés, cerros, parques e o tribunal. Tenho uma queda pela arquitetura, por isso visitei todos os bairros desde o mais antigo até ao moderno centro financeiro e os belíssimos parques de Santiago com muitas flores e pessoas de todas as idades, incluindo eu, também vendo o tempo passar.

Um pouco da arquitetura de Santiago

No domingo seguinte tivemos um encontro do Servas Chile em Curacavi, na cabana dos anfitriões. Saboreamos um assado (nosso churrasco) no evento organizado com capricho.

Maravilhoso encontro com servianos chilenos

Na semana seguinte, fiquei hospedada na casa de Ricardo Soto Monteiro com sua mãe Margarita Monteiro Silva, no bairro Estacion Central. Durante a estadia, conheci o funcionamento de um “kiosco escolar”, a cantina onde Margarita trabalha. Na sexta- feira, ela me levou para conhecer a “cueca”, tradicional e sensual dança chilena.

Edna, Margarita, Ricardo e Amelie

Os chilenos são muito tradicionais, usando uniforme com gravata. Desde pequenas, as crianças são levadas pelos professores para conhecer museus, a maioria deles gratuitos. Também são patriotas, apaixonados pela bandeira do Chile que está em todos os lugares.

Fiquei encantada com a tranquilidade do encontro de mulheres em casa desses anfitriões, tomando café e conversando, reunidas a cada final de semana em uma casa, com fins voluntários, quando trocam informações sobre crochê.

Meu próximo destino foi Valparaíso. Fui recepcionada na rodoviária por Paz Undurraga, ficando com a família, marido Michael Bier, um austríaco que apresentou o Servas para ela; Melinka sua primeira filha de 19 anos, Felix e Gala Bier. Os dois são arquitetos, ela trabalha com “remodelação” (restauração) da arquitetura do Chile. Eles me deram muitas informações sobre as construções da cidade, que é patrimônio da humanidade, tombada pela Unesco, as famosas construções coloridas revestidas de zinco.

Felix, Paz, Gala, Edna e Michel em Valparaíso

Aliás, ficar na casa de Paz já é mergulhar em Valparaíso, pois fiquei no Cerro San Juan de Dios. 
Explorar a cidade é explorar os cerros. Se minhas canelas já eram grossas de subir as montanhas de Minas Gerais, ficaram mais grossas ainda depois que explorei os famosos e apaixonantes cerros de Valparaíso e das longas subidas pelas “escaderas” (escadas). Tinha a opção de usar os tradicionais ascensores, elevadores que fazem o trajeto entre a parte plana e os cerros.

Cada cerro reserva um mistério, desde o mais badalado ao menos remodelado. Não se pode deixar de explorá-los e admirar a vista do Pacífico do alto e do quebra cabeça na hora de descer. Há turistas de todas as nacionalidades perdidos na descida e encantados com a arquitetura belíssima por fotografar.
Há um museu de História Natural, com informações de flora e fauna, muito encantador, um Arco do Triunfo semelhante ao de Paris. Não poderia deixar de falar do maravilhoso porto onde eu ia todas as tardes, e ficava “hablando” com as pessoas e “mirando” o Oceano Pacífico e as lanchas fazendo passeio pela baía.

Linda vista de Valparaíso

No sábado seguinte, Paz me deixou em Viña del Mar, onde fiquei na casa de Aneris Cao e Walter Koza, um casal de argentinos que moram no Chile. Eu e Aneris andamos pela orla, fomos a uma terapia do sono, caminhamos por Quinta Vergara, um parque belíssimo. Conheci a parte externa do museu onde abriga história da Ilha de Páscoa. A noite assistimos a película ‘Un Cuento Chino”, uma comédia argentina, onde um argentino e um chinês não “hablam” a língua um do outro, quando quase perdi o fôlego de tanto rir.

Com os anfitriões Aneris e Walter em Viña del Mar

No domingo fui para Talca, onde ficaria os próximos três dias com o casal Julia Ortiz, casada com o alemão Deltlef Brommer. Eles moram em uma maravilhosa “parcela”, (chácara) afastada da cidade, tendo reservado uma linda cabana para minha hospedagem.

Júlia é psicóloga, e como eu, bastante conversadeira. Falamos sobre diversos assuntos enquanto passeamos pela cidade que tem muitos vestígios de um grande terremoto e também assistimos a uma película na universidade.

Detlef, é montanhista, deve ter ficado triste porque eu não fiz o famoso passeio na Cordilheira com ele; feito por Juvenil e Thomas, do Servas MG, quando estiveram em sua casa. Eu não poderia me arriscar a ser notícia em rede nacional: brasileira, mineira de Extrema, turista, perdida na Cordilheira dos Andes!

Com os anfitriões Detlef e Júlia em Talca

Na quarta feira Detlef me deixou na rodoviária quando voltei para Viña del Mar. Eu mal imaginava o frio que enfrentaria dentro do ônibus. Fui novamente recebida por Aneris. Após passar tanto frio, estava à minha espera uma cama quentinha para meu conforto.

Novamente em Vinã, continuei minhas explorações a pé, circulando pela orla, entrando no famoso e antigo cassino construído em 1929. Depois segui com Aneris de ônibus até o balneário de Reñaca e terminando na praia em frente ao prédio que ela reside, quando coloquei os pés nas águas geladas do Pacífico.

Passei por três “temblores” (tremores): o primeiro, quando eu estava dormindo em Curacavi, na cabana de Javier, o outro em casa de Margarita. E o terceiro, esse eu posso contar que vi. Estava eu com Aneris e Walter, sentada à mesa no 15º andar, quando percebemos que o lustre balançava, como se tivesse um ventilador ligado, olhei para os lados e não vi ventilador e foi aí que veio o pânico, mas tudo passou rápido.

No domingo de manhã (29/11/15), Aneris e Walter me deixaram na rodoviária, onde embarquei para Mendonza, terminando aí o meu SLE.

Cheguei em Mendonza domingo a tarde, depois de subir a Estrada Caracoles Chile-Argentina na Cordilheira dos Andes, passeio belíssimo, onde a bagagem do ônibus escorrega para todos os lados e você também.

Dormi em um hostel e no dia seguinte fui recebida em San Luis por Miriam Gvirtz e Arturo Gustavo Sorokin, um casal de argentinos com ascendência judia, pois Miriam já havia me convidado com antecedência.

Miriam reconheceu e entendeu o meu cansaço, me convidava apenas à noite para acompanhá-la nas aulas de tango na universidade e no teatro. Ela foi importante na minha decisão de não continuar a viajem seguindo para Buenos Aires, onde ficaria mais seis dias. Eu estava com o corpo cansado e a mente tinha recebido muita informação cultural em pouco tempo.

Miriam teve muito interesse em nossa camiseta branca do SERVAS e eu acabei entregando para ela em um gesto de grande agradecimento pelo término dessa maravilhosa viajem que devo a todos os nossos amigos servianos. Voltei para Mendonza e tomei um avião para São Paulo, fazendo uma escala no Chile novamente!

Com Arturo e Mirian en San Luis, Argentina

Agradeço a todos que de alguma maneira colaboraram para que eu pudesse viver essa experiência de 33 dias em contato com a língua espanhola, a todos que me receberam no Chile e em San Luis, Argentina. Meu agradecimento também aqueles que me aguardavam em Buenos Aires, os quais eu os visitarei em outra ocasião.

4 comentários:

Angelica Afonso de Andre disse...

Presenciei a distância cada minuto desta experiência da Edna! Valeu Edna e Servas!

Aneris Cao disse...

Gracias Edna por tu bonito informe de tu SLE con nosotros! Nos ha encantado recibirte! Te mandamos un fuerte abrazo desde Servas Chile y te esperamos cuando quieras :)

Angelica Afonso de Andre disse...

Usted es un poco chilena ahora! Amo el Chile e los chilenos también.

Angelica Afonso de Andre disse...

Usted es un poco chilena ahora! Amo el Chile e los chilenos también.