Por Isabel Cano - Espanha
Me chamo Isabel Cano. Sou de Barcelona, Espanha e viajei ao Brasil por três semanas aproveitando que meu filho Santi está estudando no Rio de Janeiro.
Aconselhados por uma amiga brasileira, antes de desfrutar do carnaval do Rio, viemos vivenciar, primeiro, o pré carnaval em Recife. Depois de passar dois dias em Porto de Galinhas, fomos recebidos por Luciléa Cisneiro e seu marido em Boa Viagem. Eles nos levaram ao Recife Antigo, já com preparativos para o carnaval; daí chegamos até o Pátio de São Pedro onde desfrutamos de um dos melhores momentos da viagem. Uns cinco ou seis grupos de Maracatu, coordenados por seus maestros, com um coro atrás, encheram o Pátio, com a Igreja ao fundo, interpretando músicas que, para nós eram ritmos novos, muito afro. A sensação foi indescritível.
No dia seguinte, fomos a praia, próxima ao apartamento de Luciléa. Voltamos ao Recife Antigo, também muito bonito de dia, com muitos edifícios restaurados e almoçamos lá com outras duas brasileiras, do Servas Recife, Severina, Socorro, e Franco, um italiano hóspede de uma delas. Após a refeição, demos um pequeno passeio pelo local e encontramos um grupo de passistas interpretando ritmos de frevo e um bloco com boneco gigante. Dalí nossos anfitriões nos acompanharam até Olinda, cidade vizinha de Recife.
Mª do Socorro, Sissi, Santi, Isabel, Cisneiro e Luciléa |
Isabel e Santi com dançarinos de frevo no Recife Antigo |
Em Olinda, nos hospedamos na casa de Vera Leite e seu marido. Com eles e dois amigos fomos ao Baile Municipal, à noite, um evento muito especial no carnaval pernambucano, com muita gente, a maioria fantasiada e mascarada. Eu fui com um cocar de penas no cabelo e Santi com um chapéu de pirata emprestado por Luciléa. As atrações do baile me deixaram bastante surpreendida. Havia gente de todas as idades, muitas idosos, alguns aparentando mais de 70 anos, todos cantavam as músicas, num cenário espetacular. Eu gostei de ver que não há limite de idade no Brasil para se divertir, como normalmente temos na Europa.
Santi, Isabel, Vera e amigos no Baile do Municipal |
No dia seguinte, fomos ver “o Desfile das Virgens de Olinda”, perto da casa de Vera e começando ao meio dia. Um “carnaval de rua”, muito popular, com muita gente desfilando nos trios elétricos.
Depois, fomos visitar o Centro Histórico de Olinda. Muito bonito, com umas igrejas antigas, umas ruas calçadas com pedras, muitas casas coloridas e no alto, uma vista panorâmica que valeu muito a pena.
No outro dia, visitamos um pouco mais o Recife Antigo. Foi um pouco duro por causa do calor, mas procuramos aproveitar o que as energias nos permitiram. Foi interessante visitar um antigo cárcere, agora transformado em um centro cultural, onde as celas são lojas de artesanato. Também algumas igrejas, zonas comerciais e lojas muito simples, vendedores ambulantes, comercializando seus produtos.
Santi e Isabel no Recife Antigo |
A noite foi muito especial: Noite dos Tambores Silenciosos, em Olinda. Um colorido impressionante, outra vez os tambores do maracatu, outro momento “top” da viagem. Fomos com Vera e nos encontramos com Luciléa, Severina, Lindinaura e Franco.
Próximo dia fizemos uma excursão de ônibus a Igarassu e Ilha de Itamaracá. Igarassu foi uma experiência tão boa quanto inesperada. Além da igreja de São Cosme e Damião, a mais antiga do Brasil, havia outras tantas, um antigo palacete, conventos... visitamos alguns deles e um, especialmente, foi muito interessante.
Na ilha, fomos diretamente ao Forte de Orange, construído originalmente pelos holandeses e depois ampliado pelos portugueses. Depois da visita fomos comer em um bar restaurante na praia, muito simples, longe da zona turística. Tomamos banho ali, com tranquilidade, até a hora do ônibus.
Na última noite, passamos na casa de Luciléa e aproveitamos a manhã seguinte para tomar banho na praia de Boa Viagem pela última vez. Cisneiro, seu marido, nos acompanhou, muito amavelmente, ao aeroporto e assim, terminamos nossa inesquecível estadia em Pernambuco nas prévias do carnaval.
Agradecemos muito a todos os Servas que conhecemos, a tudo de bom que fizeram durante nossa permanência nessa região tão especial do Brasil.
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