Paz e entendimento por meio de viagens e hospedagem

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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Participação no World Urban Forum 5

A coordenadora do Servas-SP esteve presente no último fórum promovido pela UN-Habitat, realizado no Rio de Janeiro, e conta aqui suas impressões

Vista aérea de São Paulo

UN HABITAT 2010 – World Urban Fórum 5
Rio de Janeiro – 22 a 26 de março 2010


I. Objetivos:
Participar do fórum durante os dias 25 e 26/03, como observadora verificar como o Servas pode tomar parte, futuramente, de eventos mundiais como esse para divulgar sua mensagem.

O que é o World Urban Forum e a UN HABITAT?
Como o nome diz, é um fórum, dentro das Nações Unidas, onde são discutidos assuntos relacionados à vida urbana: além da própria urbanização, leis, serviços básicos, cultura, aquecimento global, governança. Os encontros são bienais e acontecem desde 2004. O encontro no Rio é o quinto. O próximo será no Bahrein em 2012.

Nesse evento, para as discussões, as atividades foram divididas em seis eixos:
(1) levando adiante o direito à cidade; (2) unindo o urbano dividido: cidades inclusivas; (3) igualdade de acesso ao abrigo e aos serviços urbanos básicos; (4) a diversidade cultural nas cidades; (5) governança e (6) participação urbanização sustentável: as cidades num clima em mutação.


II. Atividades:
Participação dos seguintes eventos dentro do Fórum:

25 de março:
* 09:00/11:30 – Sustainable Urbanization: cities in a changing climate
*14:00/16:00 – Cultural intelligence, cross-cultural peace building with culturally diverse
cities
* 16:30/18:30 – Making of urban space: transcultural and interdisciplinary approaches

26 de março: Encerramento.


Vista do Rio de Janeiro

III. Comentários:
A intenção inicial foi de conhecer os trabalhos que estavam sendo desenvolvidos no Fórum e marcar presença do Servas Brasil neste tipo de evento. Essas iniciativas sempre foram incentivadas pelo Servas Internacional como forma de divulgar a mensagem do Servas.
Na verdade, só pude comparecer nos dois últimos dias, já que só consegui “negociar”, no meu trabalho, estes dias. Portanto, só relato aqui o que foi feito durante os dias 25 e 26/03.

Meu interesse inicial era tomar parte nos eventos que tratassem de assuntos relacionados à sustentabilidade. A meu ver é um tema intimamente ligado à paz, já que a falta de políticas de sustentabilidade urbana, além de provocar danos ao meio-ambiente, está tornando a vida nas cidades bem difícil, ajudando a aumentar os conflitos entre as pessoas. Por isso, participei de um debate sobre a sustentabilidade urbana em tempos de mudanças climáticas, onde foi discutido o problema e apresentadas, por alguns países, propostas e ideias já concretizadas neste sentido.

Além da sustentabilidade, outro tema que me atraiu foi a diversidade cultural nas cidades. Como serviana, este assunto me chama muito a atenção, já que no Servas conviver com as diferenças entre as culturas é um dos lemas. No workshop ministrado foram usadas técnicas de sensibilização para se interagir interculturalmente de forma a evitar conflitos.

Em outro evento, estudantes da Universidade Livre de Berlim mostraram seus trabalhos que tratavam da convivência urbana e movimentos sociais em cidades da América Latina (Buenos Aires, São Paulo) e como se dão os conflitos que, de uma maneira geral, são bem parecidos uns com os outros.

Pude observar a presença de várias nacionalidades, mas a que mais me impressionou foi, sem dúvida, a participação dos africanos. Havia muito deles. A meu ver, isto representa a preocupação do continente com o nível de desenvolvimento das suas cidades.

Foram cinco as mensagens que resultaram do fórum:
> é necessário tornar real o direito às cidades;
> modificar as relações econômicas para que elas não aumentem ainda mais a exclusão social e a deterioração do meio-ambiente;
> integrar as várias abordagens (econômica, social, política e cultural) para “unir o urbano dividido”;
> reduzir a deterioração do meio-ambiente e tornar a infraestrutura pública mais acessível;
> reduzir a pobreza.

Em relação ao Servas, o que podemos tirar de proveito deste evento? Sugiro que participemos mais como servianos para divulgar nossa mensagem em eventos como estes, de nível mundial; que nos articulemos para que isto seja feito de maneira planejada e eficiente (por que não apresentar nossa mensagem em um workshop?) mesmo que a longo prazo; mostremos aos outros países, membros Servas, que o Brasil participa e se engaja em temas que afetam o mundo todo e que estamos “antenados” com os problemas atuais.

-- Andréa Assis, coordenadora do Servas-SP

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