Paz e entendimento por meio de viagens e hospedagem

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terça-feira, 6 de abril de 2010

SLE Alvany Santiago, Argentina

Confira o relato de Alvany Santiago, que participou do Servas Language Experience, criado entre São Paulo e Argentina para integrantes acima de 30 anos


>> see below the same story in English and Spanish


Conto a seguir a minha experiência com o Servas Language Exchange - SLE que tive o prazer de vivenciar em Buenos Aires de 03 a 19 de fevereiro sob a coordenação de Cintia Amor e a colaboração especial de Felix Sanchez. Foi uma oportunidade ímpar de conhecer pessoas maravilhosas, a cultura portenha, melhorar o nível de espanhol e ainda obter dicas sobre a pesquisa com Sara Gendel e Cintia Amor. Mais ainda, foi gratificante ver a mobilização do Servas Argentina, demonstrando grande colaboração e maior integração entre os membros de Buenos Aires.


Ressalto que o SLE apresenta a mesma configuração do SYLE – Servas Youth Language Exchange, apenas voltado para pessoas acima de 30 anos. É um programa pioneiro que foi desenvolvido pelo Servas Brasil e Argentina, sendo a primeira experiência ocorrida no Brasil em 2008, quando a própria Cintia o fez em São Paulo, sob a coordenação de Roberto Borenstein. Nesses 16 dias, fiquei hospedada com cinco famílias em Buenos Aires, El Tigre e Temperley e encontrei com uma dayhost em Buenos Aires. Para facilitar, a bagagem ficou na casa de um dos Servas e eu me deslocava para as outras casas com uma mochila e o laptop.


A primeira casa em que fiquei hospedada foi a de Cintia Amor, coordenadora do Servas em Buenos Aires. Ofereci uma aula de cozinha brasileira, trabalhando escondidinho que é um prato regional em Pernambuco, onde moro atualmente, acompanhado de salada e moussé de maracujá.


Jantar na casa de Cintia Amor, 4 de fevereiro


A segunda casa foi a de Elizabeth Gothelf, em Palermo. Eli é professora e também contadora de histórias e eu fui a sua primeira hóspede Servas. As aulas de espanhol incluíam caminhadas pelo bairro, visita a restaurante, quando experimentei uma deliciosa comida vegetariana e fiz aula de tango. Tivemos ainda um encontro, no sábado à noite, com os amigos do Servas para socializar, ouvir os contos da Eli e comer deliciosas empanadas.


Outro ponto interessante foi o espetáculo de Flamenco em que fui acompanhada pelo Felix em uma noite de chuvas torrenciais em Buenos Aires. O táxi que Eli reservou não apareceu e tivemos que correr literalmente até o ponto de ônibus e pegar o metrô até o Teatro. A Eli me acompanhou até o metrô debaixo da maior chuva. Antes do espetáculo, Felix preparou uma aula de espanhol sobre o Garcia Lorca.


No domingo, 7, foi o meu aniversário e Cintia organizou um assado no Clube de Tênis Áustria em San Isidro, na Constanera Norte. Apesar do forte temporal compareceram 18 pessoas e tivemos três bolos de aniversário, já que também em fevereiro, ambos Cintia e Alejandro Kleisner faziam aniversário. Fiquei encantada com tanta gentileza - cada pessoa chegava com um prato e me senti muito acolhida, conforto que apenas o Servas proporciona. No final da tarde, fomos tomar café às margens do rio La Plata e brincar de “um lemon, dois limones etc”, e até as crianças presentes ficaram nos admirando.


Na segunda, 8, fui para a casa de Felix, com quem já vinha estudando espanhol pelo skype quando estava no Brasil. Geralmente, pela manhã estudávamos espanhol e, à tarde, fazíamos outras atividades. Visitamos também a cidade de Cologna, no Uruguai, do outro lado do rio La Plata. Na casa de Felix, foi realizada uma reunião quando Rosa Romero apresentou a prosposta de Simpósio Pachamama, com o lema: "Despertando al soñador, cambiando el sueño" com objetivo de termos uma presença humana em um planeta ambientalmente sustentável, socialmente justo e espiritualmente pleno. Compareceu também um casal do Servas Canadá que estava visitando Bs. As e Pablo Colangelo, coordenador de listas do Servas Internacional, que me proporcionou um aula de Dolphin (sistema do Servas), além de uma das entrevistas para a pesquisa. Na mesma semana, tivemos uma reunião interessante na casa de Martha Zuik, artista plástica, para conhecer o seu trabalho.


Na sexta, 9, fui para El Tigre, à casa de Lucrecia Agulla. Lembro que a primeira vez que fui à Argentina fiz um passeio de Catamarã pelo El Tigre e planejei um dia alugar uma casa para passar férias. E então estava ali, hospedada por Lucrecia, Eli e Ema: Um paraíso. No domingo, várias pessoas do Servas vieram para um almoço solidário, foi muito divertido e emocionante também pela forte chuva que ocasionou um aumento no nível das águas.


Fiz aula de remo e, na segunda-feira, voltei para Buenos Aires com Lucrécia e então fui à casa de Cecília Buttazoni e Alejandro, em Temperley. Outra experiência muito agradável, Cecília é antropóloga, a família de Alexsandro é do Brasil e conversarmos muito sobre a história política dos países latinoamericanos. Com a liberação da universidade para cursar doutorado a partir de 1o de março, tive que antecipar a minha volta ao Brasil. Assim, não pude ir a La Plata e a Mar del Plata, onde seria recebida por Mariana Vogt e os Bertarini.



Para a despedida de Buenos Aires, tive um jantar com Cintia e família, um café na casa de Martha Zuik e um show de tango em companhia de Felix. Do show de tango, emendamos para o aeroporto até o qual Felix gentilmente me acompanhou às 2 horas da madrugada, despedindo-se em nome do Servas Argentina.


Quando conheci Cintia em Mar del Plata, em setembro de 2009, ela disse algo assim: que adorava a Argentina e que uma vantagem da Argentina era estar muito perto do Brasil. Reitero este sentimento da relação entre os dois países e da relação interpessoal entre os argentinos e brasileiros e como me senti acolhida e encantada com as pessoas do Servas Buenos Ayres. Finalizo agradecendo a todos pela acolhida e parabenizando pela organização que marcou definitivamente a minha vida dentro dos valores do Servas.

-- Alvany Santiago, membro do Servas-PE atualmente em Vitória-ES para o doutorado


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