Marina e amigas de uma família sueca
Quando me iniciei no Servas, em viagens pela Ásia e Europa, em 2002, logo me apaixonei. Minha experiência foi na Espanha, com famílias incríveis que me acolheram por aproximadamente seis semanas. Destaco algumas experiências marcantes : uma família de naturalistas que me levou para fazer “observação de espécies de pássaros”; um casal muito querido que mora em Girona e cuja casa tem uma parte que utiliza a mesma arquitetura dos mouros e permanece com as pedras nas paredes laterais; uma anfitriã que acabou vindo ao Brasil depois me visitar e participar do Fórum Social Mundial.
Encontrei pessoas apaixonadas por viagens, pessoas que nunca viajaram, e pessoas que têm um “ticket aéreo” permanente no bolso, pessoas engajadas em diversas ONGs e preocupadas com o futuro do nosso planeta. Voltei encantada e com muita energia para proporcionar a mesma experiência para os viajantes que se hospedassem em minha casa. Meus pais e irmãos, na época, ficaram empolgados com a ideia, mas não sabiam ao certo como seria receber os estrangeiros. Cada viajante enriqueceria nossas vidas com pedaços do mundo e nos faria entender cada vez mais nosso próprio país. Ficamos orgulhosos em poder compartilhar nossas vidas com pessoas que acabamos de conhecer e de criarmos oportunidades para entendermos a cultura dos outros países.
Anos se passaram e recebemos MUITOS estrangeiros: de Israel, Suíça, Espanha, República Tcheca, França, Austrália, Colômbia, Argentina, México, Estados Unidos, Itália, Chile... Em 2006, tive a oportunidade de participar de dois encontros internacionais. O Encontro de Jovens na Patagônia, que originou, no mesmo ano, a primeira experiência do Servas Brasil recebendo um jovem para o SYLE, e a Assembleia Geral Extraordinária, na Itália.
Também viajante – Dediquei-me à organização do SYLE por três anos consecutivos. Cada viajante que veio nos proporcionou trocas incríveis e, mesmo na experiência que foi abandonada no início do programa, ano passado, uma reflexão de como melhorar a seleção dos jovens no país que envia. Como a comunidade local pode ser beneficiada por meio do SYLE, com os encontros freqüentes que são realizados com os anfitriões.
Em 2008, tive riquíssimas experiências como viajante nos Países Escandinavos. Na Noruega, fui hospedada por duas famílias de pais jovens com filhos. Embora as crianças não falassem inglês, as trocas que tive com elas por meio de seus desenhos, com seus pais traduzindo nossas conversas, me deixaram lembranças muito boas. Na Suécia, uma das melhores experiências de toda a viagem... Meses depois fui à trabalho para China e Hong Kong e me encontrei com dois hosts locais que me aprofundaram em seus cotidianos.
Preocupo-me com a perpetuidade da organização em nosso país. Como todo trabalho voluntário, vejo poucas pessoas engajadas no coletivo do Servas. Podemos receber bem. Termos experiências individuais maravilhosas. Mas, e a nossa parte no todo? Podemos auxiliar a coordenação local com a lista, tesouraria, aumentar o número de anfitriões em cada cidade, organizar encontros…
― por Marina Maluly, membro Servas de São Paulo
DEPOIMENTO DA FAMÍLIA MALULY: COMO É SER SERVAS?
>> Vera, a mãe: A princípio, ficamos inseguros, mas aceitamos a ideia. Quando passamos a vivenciar o Servas, aprendemos que é uma organização séria. Quando há o aval da Carta de Apresentação, significa que o viajante realmente tem os princípios em sua mente.
>> Iramir, o pai: A experiência com a organização Servas tem sido enriquecedora e gratificante. Estamos envolvidos no programa há seis anos, desde que nossa filha Marina retornou de viagem pela Europa, tendo entrado em contato com Servas na Espanha. Os primeiro anos foram mais intensos quando tivemos a oportunidade de receber vários participantes estrangeiros. Nos dois últimos anos, nossa participação diminuiu muito, sendo que neste ano não recebemos nenhum viajante.
Reforço a observação acerca do trabalho voluntário sobre o qual se desenvolvem as atividades do Servas, o que confere um caráter amadorístico ao programa, com todas as consequências decorrentes.
>> Fernando, irmão: Gosto quando recebemos viajantes e os incentivamos a cozinharem um prato típico para nossa família. Não só saboreamos a culinária, mas passamos a escutar detalhes de suas vidas em cada país. Receber os estudantes para o SYLE foi uma experiência muito rica, pois nossa família deu aulas de português, ioga, organizamos atividades voluntárias e culturais de acordo com os interesses de cada um que ficou em nossa casa. ☼
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