Paz e entendimento por meio de viagens e hospedagem

Paz e entendimento por meio de viagens e hospedagem

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Alice no país das maravilhas

Animada que só, ALICE CARDOSO, coordenadora do Servas-BA, esteve na Colômbia e, em seguida, deu uma passadinha pela Venezuela há alguns meses. Aqui, ela conta para a gente como é que foi a viagem

Com os anfitriões colombianos Octavio, Fanny, Octavio Hijo e esposa em Bogotá


Baiana de Uauá, Alice Cardoso vive há décadas em Salvador e participa do Servas desde 2000. Já recebeu dezenas de viajantes -- do exterior e também do Brasil, como Débora Didonê (coordenadora de SC) e Maria Fernanda Vomero (Secretária de Paz). Expansiva e simpática, faz do cotidiano uma festa. Com ela, não há tempo fechado, não! Entre junho e julho de 2009, decidiu concretizar o sonho de conhecer a Colômbia e dar uma passadinha na Venezuela. Conheceu Bogotá, Medellín, Cartagena, Santa Marta e, em seguida, Mérida, Caracas, Isla Margarita e Los Roques. Leia a seguir seu relato:


Servas Brasilis: Qual foi o objetivo da viagem ?
ALICE: Conhecer a Colômbia, sua cultura, sua história, seu povo, suas tradições e o modo de viver dessa gente de colonização espanhola, com mistura indígena , cheia de arte e costumes, de belezas naturais e arqueológicas diversas e raras. A Venezuela, por suas belezas naturais , história e política. Queria ver como vive esse povo com um regime político tão polêmico e repressor do atual presidente. Utilizei-me da rede de anfitriões SERVAS em algumas cidades.

Como foi a sua convivência com os anfitriões SERVAS lá?
Foi muito boa. Em Bogotá, me hospedei com a família de Octavio Morales. No sábado, saí com Octavio Filho e, no domingo, passeei com Octavio pai e sua namorada, que são professores universitários aposentados e juntos desenvolvem um projeto social de assistência a famílias pobres da zona rural. Me levaram para conhecer pequenas cidades e lugarejos tradicionais da área metropolitana de Bogotá. Passei cinco dias em sua casa. Eles foram super gentis e amáveis. Octávio me deu a maior força e orientação na elaboração do meu roteiro na Colômbia. Na segunda-feira, fui com William Nunez a Zipaquirá,ver a catedral do Sal, passamos o dia juntos, foi muito agradável. Já na terça-feira, fui com o Mauricio, secretário da Paz, conhecer o centro de Bogotá. Conversamos bastante, ele foi muito simpático. Depois fui para a casa da família de Sandra Henaud, onde passei três dias. Uma pessoa maravilhosa, me levou a vários lugares de Bogotá, me ajudou a resolver um problema que surgiu com o meu cartão e foi muito prazeroso e feliz estar em sua companhia e na de sua mãe.

Com Octavio hijo y Octavio Morales


Na Venezuela, me hospedei com a família de Yorman e sua mãe. Yorman é formado em turismo e me levou para conhecer os pontos turísticos mais interessantes de Mérida. Ele e sua mãe foram super gentis e amáveis comigo. Ainda em Mérida, fui a um jantar na casa da família de Isabel Molina, uma jovem muito doce e educada e amável, um amor de pessoa. Depois, segui a Caracas. Lá me hospedei com Claudia Espina, que é artesã e trabalha com projetos sociais, uma pessoa muito simpática, gentil e amável. Passeamos juntas em Caracas, me levou para conhecer um projeto do governo. Fomos também conhecer um parque muito interessante nos arredores de capital venezuelana. Ela me deu uma força muito grande, pois fiquei com medo de sair sozinha, devido à violência. Na sequência, fui para a Isla Margarita e, na volta, dormi uma noite na casa da anfitriã Madriagire, que estava viajando, mas sua mãe me recebeu de forma muito gentil e carinhosa.

O que a convivência com anfitriões SERVAS nos países visitados trouxe para você ?
O convívio com anfitriões colombianos e venezuelanos foi muito interessante. O colombiano é muito simpático, alegre e gentil, me senti muito à vontade, como também muito querida. Bogotá é uma cidade muito gostosa, com uma tradição que mistura o espanhol com o indígena. A arquitetura colonial espanhola é bem marcante. Já o venezuelano é mais fechado, apesar de ter sido muito bem tratada pelos anfitriões. Ambos foram muito amáveis. A Venezuela tem um pouco da Bahia, a mistura do índio com o negro, os hábitos, costumes, tradições e cultura são muito parecidos, só que, nas montanhas, predominam os hábitos e costumes europeus, como aqui no Brasil.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Brasileira? Paraguaia? Latina total!

Tudo começou quando a Secretária Nacional do Servas Paraguai, MAGDALENA ORTIZ, natural de Vitória (ES), caiu nos encantos de um paraguaio e mudou-se para Ciudad del Este, há mais de 20 anos...

Rafael e Magdalena

SERVAS BRASILIS: Como e quando conheceu o Servas e o que mais chamou sua atenção?
MAGDALENA ORTIZ:
Em 2002, por meio de uma comadre que pediu para eu e meu marido hospedarmos um casal de italianos. Eles visitavam Assunção, onde ela morava, e seguiriam à região das Cataratas do Iguaçu, onde eu morava. Hospedamos os dois sem fazer parte do grupo. Mas tivemos a oportunidade de conhecer a hospitalidade do casal quando fomos à Itália, já como integrantes Servas. Ficamos atraídos pela possibilidade de vivenciar diferentes culturas em casas de famílias.

SB: Por que o Paraguai? Como foi essa mudança?
MO:
Moro em Ciudad del Este desde 1984 – já se vão 25 anos... – porque me casei com um paraguaio que conheci na universidade de Vitória. A mudança não foi tão impactante, já que vivemos na fronteira com o Brasil e temos muita influência do País. Eu não falava espanhol, mas aprendi com o tempo e os filhos.

SB: Qual a sua relação com os anfitriões paraguaios? Você visita outros lugares do país?
MO:
O Servas não é muito conhecido no Paraguai, mas procuramos divulgar comentando com amigos e contando sobre nossas experiências. A relação com outros integrantes se dá por e-mail, envio de notícias e atualização de dados dos anfitriões. Mas nossa intenção é visitar outros lugares para divulgar a organização e ter anfitriões em mais lugares, além de Assunção e Alto Paraná.

SB: Qual a principal característica dos Servas paraguaios?
MO: A hospitalidade e o calor humano. Quem nos visita é muito bem recebido e, espero que comente sobre as boas experiências no Paraguai. Queremos mais visitantes e estamos de portas abertas para isso! ☼

Pedaços do mundo

“Cada viajante enriquece nossas vidas e nos faz entender mais nosso próprio país”


Marina e amigas de uma família sueca

Quando me iniciei no Servas, em viagens pela Ásia e Europa, em 2002, logo me apaixonei. Minha experiência foi na Espanha, com famílias incríveis que me acolheram por aproximadamente seis semanas. Destaco algumas experiências marcantes : uma família de naturalistas que me levou para fazer “observação de espécies de pássaros”; um casal muito querido que mora em Girona e cuja casa tem uma parte que utiliza a mesma arquitetura dos mouros e permanece com as pedras nas paredes laterais; uma anfitriã que acabou vindo ao Brasil depois me visitar e participar do Fórum Social Mundial.
Encontrei pessoas apaixonadas por viagens, pessoas que nunca viajaram, e pessoas que têm um “ticket aéreo” permanente no bolso, pessoas engajadas em diversas ONGs e preocupadas com o futuro do nosso planeta. Voltei encantada e com muita energia para proporcionar a mesma experiência para os viajantes que se hospedassem em minha casa. Meus pais e irmãos, na época, ficaram empolgados com a ideia, mas não sabiam ao certo como seria receber os estrangeiros. Cada viajante enriqueceria nossas vidas com pedaços do mundo e nos faria entender cada vez mais nosso próprio país. Ficamos orgulhosos em poder compartilhar nossas vidas com pessoas que acabamos de conhecer e de criarmos oportunidades para entendermos a cultura dos outros países.
Anos se passaram e recebemos MUITOS estrangeiros: de Israel, Suíça, Espanha, República Tcheca, França, Austrália, Colômbia, Argentina, México, Estados Unidos, Itália, Chile... Em 2006, tive a oportunidade de participar de dois encontros internacionais. O Encontro de Jovens na Patagônia, que originou, no mesmo ano, a primeira experiência do Servas Brasil recebendo um jovem para o SYLE, e a Assembleia Geral Extraordinária, na Itália.

Também viajante – Dediquei-me à organização do SYLE por três anos consecutivos. Cada viajante que veio nos proporcionou trocas incríveis e, mesmo na experiência que foi abandonada no início do programa, ano passado, uma reflexão de como melhorar a seleção dos jovens no país que envia. Como a comunidade local pode ser beneficiada por meio do SYLE, com os encontros freqüentes que são realizados com os anfitriões.
Em 2008, tive riquíssimas experiências como viajante nos Países Escandinavos. Na Noruega, fui hospedada por duas famílias de pais jovens com filhos. Embora as crianças não falassem inglês, as trocas que tive com elas por meio de seus desenhos, com seus pais traduzindo nossas conversas, me deixaram lembranças muito boas. Na Suécia, uma das melhores experiências de toda a viagem... Meses depois fui à trabalho para China e Hong Kong e me encontrei com dois hosts locais que me aprofundaram em seus cotidianos.
Preocupo-me com a perpetuidade da organização em nosso país. Como todo trabalho voluntário, vejo poucas pessoas engajadas no coletivo do Servas. Podemos receber bem. Termos experiências individuais maravilhosas. Mas, e a nossa parte no todo? Podemos auxiliar a coordenação local com a lista, tesouraria, aumentar o número de anfitriões em cada cidade, organizar encontros…


― por Marina Maluly, membro Servas de São Paulo



DEPOIMENTO DA FAMÍLIA MALULY: COMO É SER SERVAS?

>> Vera, a mãe: A princípio, ficamos inseguros, mas aceitamos a ideia. Quando passamos a vivenciar o Servas, aprendemos que é uma organização séria. Quando há o aval da Carta de Apresentação, significa que o viajante realmente tem os princípios em sua mente.

>> Iramir, o pai: A experiência com a organização Servas tem sido enriquecedora e gratificante. Estamos envolvidos no programa há seis anos, desde que nossa filha Marina retornou de viagem pela Europa, tendo entrado em contato com Servas na Espanha. Os primeiro anos foram mais intensos quando tivemos a oportunidade de receber vários participantes estrangeiros. Nos dois últimos anos, nossa participação diminuiu muito, sendo que neste ano não recebemos nenhum viajante.
Reforço a observação acerca do trabalho voluntário sobre o qual se desenvolvem as atividades do Servas, o que confere um caráter amadorístico ao programa, com todas as consequências decorrentes.


>> Fernando, irmão: Gosto quando recebemos viajantes e os incentivamos a cozinharem um prato típico para nossa família. Não só saboreamos a culinária, mas passamos a escutar detalhes de suas vidas em cada país. Receber os estudantes para o SYLE foi uma experiência muito rica, pois nossa família deu aulas de português, ioga, organizamos atividades voluntárias e culturais de acordo com os interesses de cada um que ficou em nossa casa. ☼

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Participação no World Urban Forum 5

A coordenadora do Servas-SP esteve presente no último fórum promovido pela UN-Habitat, realizado no Rio de Janeiro, e conta aqui suas impressões

Vista aérea de São Paulo

UN HABITAT 2010 – World Urban Fórum 5
Rio de Janeiro – 22 a 26 de março 2010


I. Objetivos:
Participar do fórum durante os dias 25 e 26/03, como observadora verificar como o Servas pode tomar parte, futuramente, de eventos mundiais como esse para divulgar sua mensagem.

O que é o World Urban Forum e a UN HABITAT?
Como o nome diz, é um fórum, dentro das Nações Unidas, onde são discutidos assuntos relacionados à vida urbana: além da própria urbanização, leis, serviços básicos, cultura, aquecimento global, governança. Os encontros são bienais e acontecem desde 2004. O encontro no Rio é o quinto. O próximo será no Bahrein em 2012.

Nesse evento, para as discussões, as atividades foram divididas em seis eixos:
(1) levando adiante o direito à cidade; (2) unindo o urbano dividido: cidades inclusivas; (3) igualdade de acesso ao abrigo e aos serviços urbanos básicos; (4) a diversidade cultural nas cidades; (5) governança e (6) participação urbanização sustentável: as cidades num clima em mutação.


II. Atividades:
Participação dos seguintes eventos dentro do Fórum:

25 de março:
* 09:00/11:30 – Sustainable Urbanization: cities in a changing climate
*14:00/16:00 – Cultural intelligence, cross-cultural peace building with culturally diverse
cities
* 16:30/18:30 – Making of urban space: transcultural and interdisciplinary approaches

26 de março: Encerramento.


Vista do Rio de Janeiro

III. Comentários:
A intenção inicial foi de conhecer os trabalhos que estavam sendo desenvolvidos no Fórum e marcar presença do Servas Brasil neste tipo de evento. Essas iniciativas sempre foram incentivadas pelo Servas Internacional como forma de divulgar a mensagem do Servas.
Na verdade, só pude comparecer nos dois últimos dias, já que só consegui “negociar”, no meu trabalho, estes dias. Portanto, só relato aqui o que foi feito durante os dias 25 e 26/03.

Meu interesse inicial era tomar parte nos eventos que tratassem de assuntos relacionados à sustentabilidade. A meu ver é um tema intimamente ligado à paz, já que a falta de políticas de sustentabilidade urbana, além de provocar danos ao meio-ambiente, está tornando a vida nas cidades bem difícil, ajudando a aumentar os conflitos entre as pessoas. Por isso, participei de um debate sobre a sustentabilidade urbana em tempos de mudanças climáticas, onde foi discutido o problema e apresentadas, por alguns países, propostas e ideias já concretizadas neste sentido.

Além da sustentabilidade, outro tema que me atraiu foi a diversidade cultural nas cidades. Como serviana, este assunto me chama muito a atenção, já que no Servas conviver com as diferenças entre as culturas é um dos lemas. No workshop ministrado foram usadas técnicas de sensibilização para se interagir interculturalmente de forma a evitar conflitos.

Em outro evento, estudantes da Universidade Livre de Berlim mostraram seus trabalhos que tratavam da convivência urbana e movimentos sociais em cidades da América Latina (Buenos Aires, São Paulo) e como se dão os conflitos que, de uma maneira geral, são bem parecidos uns com os outros.

Pude observar a presença de várias nacionalidades, mas a que mais me impressionou foi, sem dúvida, a participação dos africanos. Havia muito deles. A meu ver, isto representa a preocupação do continente com o nível de desenvolvimento das suas cidades.

Foram cinco as mensagens que resultaram do fórum:
> é necessário tornar real o direito às cidades;
> modificar as relações econômicas para que elas não aumentem ainda mais a exclusão social e a deterioração do meio-ambiente;
> integrar as várias abordagens (econômica, social, política e cultural) para “unir o urbano dividido”;
> reduzir a deterioração do meio-ambiente e tornar a infraestrutura pública mais acessível;
> reduzir a pobreza.

Em relação ao Servas, o que podemos tirar de proveito deste evento? Sugiro que participemos mais como servianos para divulgar nossa mensagem em eventos como estes, de nível mundial; que nos articulemos para que isto seja feito de maneira planejada e eficiente (por que não apresentar nossa mensagem em um workshop?) mesmo que a longo prazo; mostremos aos outros países, membros Servas, que o Brasil participa e se engaja em temas que afetam o mundo todo e que estamos “antenados” com os problemas atuais.

-- Andréa Assis, coordenadora do Servas-SP

Aniversário à moda recifense (ôxi, menina!)

Tiba, Mafê e Sissi numa creperia em Olinda


(Relato um pouco atrasado...)
Foram 35 badaladas numa sexta-feira ensolarada que terminou com brisa e lua cheia. Teve almoço agradável, bolo gostoso, passeio na casa de Gilberto Freyre, papo solto e bem-humorado e até um mimoso caboclo de lança, presente da turma, que me acompanhará em meus rumos Brasil afora. E mais: foi "um dia de sexta" que me trouxe novas amigas e um calor no coração que não tem preço. A celebração de meu aniversário, em 26 de fevereiro, no Recife, foi inesquecível. Emocionante. Bela, muito bela. E foi tão especial porque estiveram lá os amigos do Servas local: Tiba, meu anfitrião em Olinda e parceiro de ideais; Sissi, Jane, Áurea e Nelita, bichinhas arretadas que só.

É por isso que continuo acreditando no Servas: porque me oferece continuamente a possibilidade de desfrutar de encontros lindos e reavivar, sempre, minha confiança no ser humano. Porque o Servas escancara as portas de nossos corações, põe abaixo barreiras e abre as janelas para um caminhar conjunto.

Na segunda-feira anterior ao aniversário, Linda, membro Servas de Olinda, me levou a um curso de danças circulares e me proporcionou uma experiência mágica, muito bonita. Dançamos aos quatro elementos, dançamos o sonho de Jacó, entre outras. Um belo presente.

E, em minha despedida de Recife/Olinda (ai, saudade!), uma semana depois do niver, Tiba e Sissi me acompanharam numa rodada gostosa de crepes, bem no centro histórico olindense.

Obrigada, pessoal! Vocês moram em meu coração, visse?


-- Maria Fernanda, membro do Servas-SP

Com Jane, Nelita (a responsável pelo delicioso bolo) e Áurea

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Primeiro encontro do Servas catarina!

Fortaleza da Barra, o canal onde as águas da Lagoa da Conceição caminham rumo ao mar que contorna a capital catarinense. Em suas margens, restaurantes espichados por deques sobre o canal d'água. Abaixo dos deques, siris e peixinhos transitam pacificamente nas correntes da calmaria rasa. Sobre os deques, mesas repletas de gente feliz, animada e comilona. Em uma das mesas, a turma do Servas Catarina feliz, feliz em seu primeiro encontro, neste domingo, dia 18.

Dorly (de azul) veio de Blumenau com sua amiga Marise (de preto). César (de cinza), de Imbituba, carregou os amigos florianopolitanos Caroline e Irvin (o casal aí da esquerda). Cláudio, também da ilha, levou a irmã Cláudia (os dois primeiros da foto abaixo, da esquerda para a direita). Débora, euzinha aqui, que vos escreve (entre Dorly e Marise, na foto abaixo), chegou com o casal de amigos Fernando e Marcela (ela de laranja, ele de barbicha) e a filhinha Yolanda (no colo da Marcela, foto ao lado)), o irmão Matheus (ao lado da Marcela, foto abaixo) e o pai Alexandre (de branco, foto abaixo). Ambos, parentes de Marcela. Frutos do mar pra cá, caipirinha de cortesia pra lá, alegramos a mesa na tagarelice e, finalmente, olhando para as carinhas um do outro. O que era para ser um encontro rápido, em que eu aproveitaria o ensejo de uma viagem a trabalho até a ilha para dar um alô ao pessoal, tornou-se nosso primeiro verdadeiro encontro. Animadíssimo. Só de lembrar da mesa farta já dá água na boca. Que fome!

Vejo que Santa Catarina está com pique para o Servas. O povo quer se conhecer, interagir, receber viajantes, conhecer os integrantes da região, apresentar a organização aos amigos e, daqui a pouco, não duvido que as visitas entre nós comecem a rolar. Já estou tentada a dar uma volta pela região de Blumenau com a Dorly, que conhece tudo pelos arredores da cidade de origem alemã. E também pelas belezas naturais da pequena Imbituba, situada próxima a Floripa e a praias exuberantes. Nela, mora o César, recém-chegado ao Servas. Em breve, planejamos organizar também um passeio de um dia inteiro com o grupo em Floripa. Claro que convidaremos integrantes de todo o Brasil!

Obrigada a todos os catarinas pela presença e pelo bom humor. Ganhei um domingão!

-- Débora Didonê, coordenadora do Servas-SC

terça-feira, 6 de abril de 2010

SLE Alvany Santiago, Argentina

Confira o relato de Alvany Santiago, que participou do Servas Language Experience, criado entre São Paulo e Argentina para integrantes acima de 30 anos


>> see below the same story in English and Spanish


Conto a seguir a minha experiência com o Servas Language Exchange - SLE que tive o prazer de vivenciar em Buenos Aires de 03 a 19 de fevereiro sob a coordenação de Cintia Amor e a colaboração especial de Felix Sanchez. Foi uma oportunidade ímpar de conhecer pessoas maravilhosas, a cultura portenha, melhorar o nível de espanhol e ainda obter dicas sobre a pesquisa com Sara Gendel e Cintia Amor. Mais ainda, foi gratificante ver a mobilização do Servas Argentina, demonstrando grande colaboração e maior integração entre os membros de Buenos Aires.


Ressalto que o SLE apresenta a mesma configuração do SYLE – Servas Youth Language Exchange, apenas voltado para pessoas acima de 30 anos. É um programa pioneiro que foi desenvolvido pelo Servas Brasil e Argentina, sendo a primeira experiência ocorrida no Brasil em 2008, quando a própria Cintia o fez em São Paulo, sob a coordenação de Roberto Borenstein. Nesses 16 dias, fiquei hospedada com cinco famílias em Buenos Aires, El Tigre e Temperley e encontrei com uma dayhost em Buenos Aires. Para facilitar, a bagagem ficou na casa de um dos Servas e eu me deslocava para as outras casas com uma mochila e o laptop.


A primeira casa em que fiquei hospedada foi a de Cintia Amor, coordenadora do Servas em Buenos Aires. Ofereci uma aula de cozinha brasileira, trabalhando escondidinho que é um prato regional em Pernambuco, onde moro atualmente, acompanhado de salada e moussé de maracujá.


Jantar na casa de Cintia Amor, 4 de fevereiro


A segunda casa foi a de Elizabeth Gothelf, em Palermo. Eli é professora e também contadora de histórias e eu fui a sua primeira hóspede Servas. As aulas de espanhol incluíam caminhadas pelo bairro, visita a restaurante, quando experimentei uma deliciosa comida vegetariana e fiz aula de tango. Tivemos ainda um encontro, no sábado à noite, com os amigos do Servas para socializar, ouvir os contos da Eli e comer deliciosas empanadas.


Outro ponto interessante foi o espetáculo de Flamenco em que fui acompanhada pelo Felix em uma noite de chuvas torrenciais em Buenos Aires. O táxi que Eli reservou não apareceu e tivemos que correr literalmente até o ponto de ônibus e pegar o metrô até o Teatro. A Eli me acompanhou até o metrô debaixo da maior chuva. Antes do espetáculo, Felix preparou uma aula de espanhol sobre o Garcia Lorca.


No domingo, 7, foi o meu aniversário e Cintia organizou um assado no Clube de Tênis Áustria em San Isidro, na Constanera Norte. Apesar do forte temporal compareceram 18 pessoas e tivemos três bolos de aniversário, já que também em fevereiro, ambos Cintia e Alejandro Kleisner faziam aniversário. Fiquei encantada com tanta gentileza - cada pessoa chegava com um prato e me senti muito acolhida, conforto que apenas o Servas proporciona. No final da tarde, fomos tomar café às margens do rio La Plata e brincar de “um lemon, dois limones etc”, e até as crianças presentes ficaram nos admirando.


Na segunda, 8, fui para a casa de Felix, com quem já vinha estudando espanhol pelo skype quando estava no Brasil. Geralmente, pela manhã estudávamos espanhol e, à tarde, fazíamos outras atividades. Visitamos também a cidade de Cologna, no Uruguai, do outro lado do rio La Plata. Na casa de Felix, foi realizada uma reunião quando Rosa Romero apresentou a prosposta de Simpósio Pachamama, com o lema: "Despertando al soñador, cambiando el sueño" com objetivo de termos uma presença humana em um planeta ambientalmente sustentável, socialmente justo e espiritualmente pleno. Compareceu também um casal do Servas Canadá que estava visitando Bs. As e Pablo Colangelo, coordenador de listas do Servas Internacional, que me proporcionou um aula de Dolphin (sistema do Servas), além de uma das entrevistas para a pesquisa. Na mesma semana, tivemos uma reunião interessante na casa de Martha Zuik, artista plástica, para conhecer o seu trabalho.


Na sexta, 9, fui para El Tigre, à casa de Lucrecia Agulla. Lembro que a primeira vez que fui à Argentina fiz um passeio de Catamarã pelo El Tigre e planejei um dia alugar uma casa para passar férias. E então estava ali, hospedada por Lucrecia, Eli e Ema: Um paraíso. No domingo, várias pessoas do Servas vieram para um almoço solidário, foi muito divertido e emocionante também pela forte chuva que ocasionou um aumento no nível das águas.


Fiz aula de remo e, na segunda-feira, voltei para Buenos Aires com Lucrécia e então fui à casa de Cecília Buttazoni e Alejandro, em Temperley. Outra experiência muito agradável, Cecília é antropóloga, a família de Alexsandro é do Brasil e conversarmos muito sobre a história política dos países latinoamericanos. Com a liberação da universidade para cursar doutorado a partir de 1o de março, tive que antecipar a minha volta ao Brasil. Assim, não pude ir a La Plata e a Mar del Plata, onde seria recebida por Mariana Vogt e os Bertarini.



Para a despedida de Buenos Aires, tive um jantar com Cintia e família, um café na casa de Martha Zuik e um show de tango em companhia de Felix. Do show de tango, emendamos para o aeroporto até o qual Felix gentilmente me acompanhou às 2 horas da madrugada, despedindo-se em nome do Servas Argentina.


Quando conheci Cintia em Mar del Plata, em setembro de 2009, ela disse algo assim: que adorava a Argentina e que uma vantagem da Argentina era estar muito perto do Brasil. Reitero este sentimento da relação entre os dois países e da relação interpessoal entre os argentinos e brasileiros e como me senti acolhida e encantada com as pessoas do Servas Buenos Ayres. Finalizo agradecendo a todos pela acolhida e parabenizando pela organização que marcou definitivamente a minha vida dentro dos valores do Servas.

-- Alvany Santiago, membro do Servas-PE atualmente em Vitória-ES para o doutorado


SLE Alvany Santiago, Argentina (in English)

"An unique opportunity to meet wonderful people"

Let me relate my experience with Servas Language Exchange – SLE, that I had the pleasure of experiencing it in Buenos Ayres, Argentina from 03 to February 19 under the coordination of Cintia Amor and with the special collaboration of Felix Sanchez. It was an unique opportunity to meet wonderful people in Buenos Aires, to get to know the portenha culture, to improve my level of Spanish and even discover tips for my research with Sara Gendel and Cintia. Moreover. It was gratifying to see the Servas Argentina mobilization, which demonstrated the great cooperation and greater integration among Buenos Aires members.

I would like to emphasize that SLE has the same configuration as Servas Youth Language Exchange - SYLE, only aimed to people over 30 years. In these 16 days, I stayed with five families in Buenos Aires, El Tigre, and Temperley and with a day host in Buenos Aires. For ease, my luggage stayed at the house with a Servas host while I moved to the other houses with a backpack and laptop. Cintia Amor, Servas Buenos Aires coordinator was my first hostess and Spanish teacher. I stayed at her house for two days. The classes of Spanish included shopping for Spanish books, a class on Brazilian cuisine: “escondidinho”, which is a regional dish in Pernambuco, where I live today, for a salad and passion fruit mousse and even a Thailand massage.

My second hostess was Elizabeth Gothelf in Palermo. Eli is also a teacher and a teller of tales, and I was her first Servas guest. Our Spanish classes included a walk around the neighborhood some delicious vegetarian food, and tango lesson. On Saturday night, we had a meeting with Servas friends to socialize, to listen to Eli’s tales, and to eat empanadas. Another interesting point during that first week was going to the theater to see Flamengo based on Garcia Lorca. Felix Sanchez took me on a night of heavy rains. Eli reserved a taxi, but it did not show up because of the weather. Therefore, Eli and I literally had to run to the bus stop and take the subway to the theater. It was very nice of her to accompany me to the subway under the heavy rain. Before the play, I had a Spanish class on the Garcia Lorca prepared by Felix.


Comemoração do aniversário às margens do Rio La Plata

Sunday, 07 was my birthday and Cintia organized a barbecue in the Austria Tennis Club, San Isidro in Constanera Norte. Despite the storms, 18 Servas friends attended, and we had three birthday cakes because, during February, both Cintia Amor (16) and Alejandro Kleisner (6) also celebrated their birthdays. I was delighted with such kindness; each person came with food to pass and I felt very welcome by the comfort that only Servas can provide. Afterwards, we went for coffee on the banks of the river La Plata and played "one lemon, two lemons etc" even children present were astonished.

Monday, 08 of February, I went to the home of Felix with whom I had been studying Spanish through Skype when I was in Brazil. Usually, I had formal Spanish classes in the morning and in the afternoon, we did other activities. We also visited the city of Bologna, in Uruguay across the river La Plata. We had another interesting meeting in which Rosa Romero presented the proposal from the Pachamama Symposium, with the motto: Awakening al Soñador, exchange el sueño with the aim of having a human presence on a planet environmentally sustainable, socially just and spiritually full. Attending this meeting were a couple from Canada who were visiting Buenos Aires and Pablo Colangelo the host coordinator for Servas International. He gave me a lesson in Dolphin, and one of the interviews for the research. During the same week, we had an interesting meeting at Martha Zuik’s home, a plastic artist spoke about her paintings and her story.

On Friday, 09, I went to El Tigre with Lucrecia Agulla. I remember the first time I went to Argentina. I took a tour of El Tigre and planned to rent a house for holidays some day. Years later I was there, hosted by Lucrecia, Eli, and Ema. On Sunday, several Servas’ friends came for lunch.. Despite the heavy rain which caused an increase in water levels, it was both great and fun: nice people, nice food, and nice conversations.

Com Lucrecia e Eli no rio El Tigre

I took a rowing class and on Monday Lucrécia drove to her place in Buenos Aires. I met Cecilia Buttazoni and went to Temperley by train. I met her husband, Alejandro. On another day, I came along with Cecilia to the Capital and visited the Amalia Lacroze de Fortabat Museum. Cecilia is an anthropologist, Alexsandro has family from Brazil, and we talked a lot about the political history of Latin American countries.

However with the release of the University to study for a doctorate from 01 March, I had to anticipate my return to Brazil, and have not been able to go to La Plata and Mar del Plata, where I would stay with Mariana Vogt and with the Bertarini consecutively.

As a farewell in Buenos Aires, we had a dinner with Cintia and her family, coffee at Martha Zuik’s place, and a tango show with Felix. From the tango show, we stopped by Felix’s to get my luggage before going to the airport. Felix gently came along to say good bye at the airport representing all friends of Servas from Argentina.

I can recall Cintia’s expression when we first met in Mar del Plata in September 2009. She told me that: she loved Argentina and one of Argentina’s advantages is that it is very close to Brazil. I can now reiterate this feeling. The friendly relationship between the two countries and the interpersonal relations between Brazilians and Argentines make me feel welcomed and delighted by Buenos Ayres Servas.

-- Alvany Santiago

SLE Alvany Santiago, Argentina (en Español)

"Cómo me sentí bienvenida y encantada con la gente hermosa de Servas en Buenos Aires!"


Voy a contar a continuación mi experiencia con Servas Language Exchange - SLE que tuve el placer de vivir en Buenos Aires del 03 al 19 de febrero con la coordinación de Cintia Amor y la colaboración especial de Félix Sánchez. Fue una oportunidad única para conocer personas hermosas, la cultura de Buenos Aires, mejorar mi nivel de español e incluso obtener consejos sobre mi investigación con Sara Gendel y Cintia. Y aún más gratificante fue la movilización de Servas Argentina, mostrando gran colaboración y proporcionando una integración aún mayor entre los miembros de Buenos Aires.

Hago hincapié en que el SLE tiene la misma configuración que el Syle - Servas Youth Language Exchange, pero se dirige a personas mayores de 30 años. Y es un programa pionero que fue desarrollado por Servas Brasil y Argentina, siendo la primera experiencia ocurrida en Brasil en 2008, cuando la propia Cintia lo hizo en São Paulo, con la coordinación de Roberto Borenstein. En estos 16 días me quedé con cinco familias en Buenos Aires, El Tigre y Temperley y tuve un dayhost(anfitrión de día) en Buenos Aires. Para más facilidad, mi equipaje lo dejé en casa de uno de los anfitriones y fui a las otras casas con una mochila y el ordenador portátil.
La primera casa en la que quedé fue la de Cintia Amor, coordinadora de Servas en Buenos Aires. Ofrecimos una clase de cocina brasileña: "escondidinho", un plato regional de Pernambuco, donde vivo ahora, acompañado de ensalada y mousse de fruta de la pasión.

La segunda casa fue la de Elizabeth en Palermo. Eli es también una profesora y narradora de cuentos y yo era su primera viajera/huésped. Además de clases de español, paseé por el barrio mucho, probé una deliciosa comida vegetariana y me fui a una clase de tango. En la noche del sábado tuvimos otra reunión con amigos de Servas para socializar y escuchar los cuentos de Eli compartiendo empanadas.

Otro punto interesante fue el espectáculo de flamenco que estuve acompañada por Félix en una noche de fuertes lluvias en Buenos Aires. El taxi que Eli reservó no llegó y tuvimos que, literalmente, correr a la parada de autobús y tomar el subte (metro/subterráneo) hasta el teatro... Eli me acompañó hasta el subterráneo a pesar de la lluvia. Antes de el espetáculo de flamenco, Félix preparó una clase de español sobre García Lorca.

Tres tartas de cumpleaños!

El domingo, 07, fue mi cumpleaños y Cintia organizó un asado en Austria Tennis Club en San Isidro en la Constantina Norte. A pesar del fuerte temporal, 18 personas asistieron y tuvimos tres tartas de cumpleaños, pues también en febrero fue el cumpleanos de Cintia y Alejandro Kleisner. Yo estaba encantada con la amabilidad, cada persona vino con un plato y me sentí muy bienvenida, la comodidad que Servas proporciona. Entonces tomamos el café a orillas del río La Plata y jugamos "un limón, dos limones etc" que hasta los niños presentes quedaron admirados.

En Lunes, 08, fui a la casa de Félix, con quien he estado estudiando español por el Skype desde Brasil. Normalmente estudiamos español en la mañana y la tarde hacíamos otras actividades. También visité la ciudad de Colonia, en el Uruguay atravesando el río de La Plata. Tuvimos una reunión cuando Rosa Romero presentó la propuesta del Simposio Pachamama, bajo el lema: Despertando al soñador, cambiando el sueño. La propuesta es lograr que el principio rector de nuestro tiempo sea: Crear una presencia humana en un planeta ambientalmente sustentable, socialmente justo y espiritualmente pleno. Asistiron a esta reunión un matrimonio de Servas Canadá, que estaba de visita en Buenos Aires, y Pablo Colangelo me dio una clase de Dolphin, y una de las entrevistas para el doctorado. Otro encuentro interesante que sucedió esa semana fue en la casa de Marta Zuik, artista plástica, para conocer su trabajo.

El Viernes 09, fui a El Tigre a la casa de Lucrecia Agulla. Yo fui su primera viajera/huésped. Recuerdo la primera vez que fui a la Argentina hice una gira por el Catamarán El Tigre y planeé alquilar una casa para unas vacaciones. Años más tarde, yo estaba allí, hospedada por Lucrecia, Eli y Emma. El Paraíso. El domingo, varias personas vinieron y trajeron comidasdeliciosas. Fue muy simpático y divertido con la fuerte lluvia que provocó un aumento en los niveles del agua.

Yo tuve clase de remo y el Lunes fui a Buenos Aires con Lutércia y luego fui a la casa de Cecilia y Alejandro Temperley. También una experiencia muy agradable, Cecilia es una antropóloga, Alexsandro tiene família de Brasil y hablamos mucho de la historia política de los países de América Latina.

Con Cecilia y Alejandro

Sin embargo, con el lanzamiento de la Universidad para el estudio de doctorado a partir del 01 de marzo tuve que anticipar mi regreso a Brasil, y no fui a La Plata ni a Mar del Plata, donde iba a quedarme con MarianaVogt y los Bertarini, respectivamente.

Para la despedida de Buenos Aires tuve una cena con Cintia y su familia, un café en la casa de Martha Zuik y un show de tango en compañía de Félix, emprendiendo enseguida camino para el aeropuerto, al que Félix gentilmente me acompañó a las dos de la madrugada.

Recuerdo una expresión de Cintia cuando la conocí por la primera vez en Mar del Plata en septiembre de 2009, me dijo que amaba Argentina y una de las ventajas es que la Argentina está muy cerca de Brasil. Reitero este sentimiento de la relación entre los dos países y las relaciones interpersonales entre Brasil y Argentina y cómo me sentí bienvenida y encantada con la gente hermosa de Servas en Buenos Aires. Finalizo agradeciendo a todos por la acogida y felicitar a la organización que definitivamente marcó mi vida dentro de los valores de Servas.

-- Alvany Santiago