Paz e entendimento por meio de viagens e hospedagem

Paz e entendimento por meio de viagens e hospedagem

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Bentornata e transformada! SYLE 2008 no sul da Itália

Quando organizava minha viagem para a Itália, no final de outubro, cheguei a estudar frases básicas como “come ti chiami?”, “come stai?”. Quase um mês depois, convivendo com minhas queridas famílias italianas, me atrevi a escrever um texto em seu idioma sobre minha experiência no SYLE (Servas Youth Language Experience) – parcialmente traduzido aqui. Claro, parte da ousadia foi para tentar expressar no idioma local o prazer de conhecer uma cultura tão rica e divertida como a do sul da Itália.

Minha emoção começou quando o argentino Pablo Chufeni, responsável internacional pelo programa jovem do Servas, confirmou minha presença no SYLE italiano. Cheguei a chorar ao ler o e-mail! Para quem pensava em viajar para a Europa em dois ou três anos, a idéia foi bem adiantada. De repente, me vi com dois meses pela frente antes de atravessar o Atlântico.

O Servas oferece a oportunidade de conviver com pessoas que querem dividir sua casa, a convivência familiar e o modo de vida. Mais do que isso, o SYLE oferece um mergulho pelas cidades e a cultura de cada lugar visitado na companhia de moradores locais. É também por causa desse perfil não turístico e pela proposta de conhecer lugares não famosos nos guias de viagens internacionais que estive em Bari.

Como meu vôo estava marcado para chegar em Roma, não pude resistir a conhecer um pouco dessa cidade fantástica, encravada no meio de (e sobre) prédios e ruínas milenares. Por quatro dias, fui acolhida como uma filha na casa de Francesco Tosetto e Patrizia Amore, que moram em um bairro lindíssimo, cheio de árvores e grandes casas. Tivemos um ótimo jantar com seu amigo e vizinho argentino, quando conversamos sobre cinema brasileiro e a origem da língua portuguesa.


Saindo do aeroporto, meu primeiro café da manhã na Itália, com Fabrizio

Na companhia de Fabrizio Sforna, meu primeiro professor de italiano (afinal, foi ele quem me ensinou as primeiras palavras, as primeiras falas e as frases não tão básicas que eu já tinha aprendido em um livro de italiano que um amigo emprestou), fiz passeios noturnos pelo centro histórico de Roma. Comemos panino e bebemos birra (cerveja), que é para não perder o costume. Mas também admiramos juntos a bela paisagem dos recantos romanos, como a isola Tiberina, situada no meio do Rio Tibre, à noite. Fabrizio é um apaixonado por sua cidade, o que facilita um desfrute ainda melhor da viagem. Sentirei falta do suntuoso Coliseu, do extravagante Panteão e das ruínas do Fórum Romano.

Assim que cheguei em Puglia, onde passei três semanas para realizar as atividades programadas para o SYLE, passei o primeiro fim de semana em Polignano e Mare, a cidade do músico Domenico Modugno (da música “Volare ôô, Cantare, ÔÔÔÔ!”), cheia de pequenas ruas, belos prédios de pedra branca e uma vista diviníssima para o mar Adriático, cada vez mais próximo do Mediterrâneo. Estive hospedada na casa de Angela Pirrera e Franco Torres, um casal muito simpático. Angela é inglesa, mas vive há mais de 30 anos na Itália. Ela me ensinou a tomar chá preto com leite. Amei! E também faz uma torta de maçã dos deuses. Inesquecível! Bem, ali começou a comilança italiana. Pão, diversos tipos de queijo, saladas variadas e peixe fresquinho, recém-pescado por Franco, que levantava às 4 horas para ver o sol nascer no seu barco “Inglesina”. Na volta à Bari, nos encontramos com Francesca na casa de Orazio Leggiero, namorado de Lavinia Cozzi, que ofereceu um almoço. Mais e mais comida. Delicioso!

Francesca, minha disciplinada mamma italiana, entoava seu mantra budista todas as manhãs, ao lado meu quarto

Tive dias memoráveis com os Servas de Puglia. Roberto Capezzuto foi meu professor oficial de italiano durante duas semanas, todas as manhãs. Francesca Anaclerio, a organizadora do SYLE em Bari – e também minha mamma italiana, que não me deixava sair de casa com os cabelos molhados --, preparou um jantar para me receber, cheio de amigos de diversas partes do mundo, como Cuba, Irlanda e Argentina.

O povo não parava de ligar para a Francesca para me fazer convites. Geralmente, incluíam comer! Anna Ravalese preparou um almoço em sua casa, situada perto do mar barese. A jornalista Filli Albenese me apresentou o centro histórico de Bari, onde visitei um dos castelos medievais construídos por Frederido II. A jovem Valeria me levou para um vilarejo chamado Torre e Mare, onde conheci sua família, e depois para um jantar com seu namorado Mirko e amigos. Provei da boníssima pizza napolitana-baresa da Casamassima, um outro vilarejo.

Carolina, brasileira, e seu noivo Massimo, italiano, conheceram-se no Servas.
Ao fundo, Luca, filho de Francesca


A agenda cultural foi intensa. Assisti ao ensaio do grupo musical Farauala, que preza pela voz como instrumento musical e valoriza diferentes idiomas e dialetos. Duas das cantoras estudam a língua portuguesa. Acompanhei também um concerto de música clássica na Basílica de São Nicola, patrono de Bari e também inspirador de Santa Claus, o nosso Papai Noel. Estive também na Pinacoteca da cidade com Capezzuto e assisti a dois filmes sobre a pizzica – uma dança tradicional salentina muito praticada no verão – com a brasileira Carolina Borghi. Ela me fez conhecer o Osservatorio Sud, uma associação que se ocupa de estimular os cidadãos comuns a pensar e discutir soluções para o uso racional da água em Bari.



Com Alicia em Alberobelo, em frente às trulli, casas agrícolas feitas de pedra

Durante um fim de semana em Carovignio com a conterrânea Alicia Kostenbaum – que nasceu na Argentina, mas viveu durante 25 anos no Brasil e agora vive há três na Itália – tive um dos meus melhores jantares: uma mesa plena de antepasto, com beringela, queijos, saladas, carnes e, é claro, um vinho para acompanhar. Também passeamos por Ostune, a cidade branca, e Alberobello, onde há as trulli, pequenas casas medievais em formato de cone, feitas de pedra. Provavelmente, eram moradas de agricultores. O senso de humor latino americano de Alícia me deu saudades do Brasil.

Carlo e Marina, meus avós italianos. Ativíssimos, vão todos os dias à universidade

Marina Boccianti e Carlo Battista foram meus avós italianos! Lindos, carinhosos e interessados na cultura brasileira. Durante uma semana, desfrutei de deliciosos almoços, com massa, minestrone, azeite de oliva, pães e queijos e vinho, tudo organizado pela talentosa Marina. Tivemos conversas animadas sobre culinária, costumes e política. Graças à paciência do meu “bravo” professor Roberto, pratiquei o italiano com todos os meus anfitriões (e todos eles me ajudaram muito, sempre me corrigindo e ensinando novas palavras!).

Em uma cidade famosa pela arquitetura barroca, Lecce, situada no taco da bota do mapa italiano e também em uma região conhecida como Salento, vivi a simplicidade bucólica do campo hospedada em uma masseria (casa agrícola típica da região nos anos 1700, grande e situada em meio a vastos terrenos e plantações). Nela, moram o casal Cecilia Mafei e Stefano Todisco. Ela, atriz; ele, musicista, têm a casa sempre cheia de amigos, poesia e música. Como fazia muito frio e chuva no fim de semana, acendemos duas lareiras para esquentar a imensa masseria. Também participei de um almoço tradicionalíssimo no sul da Itália, com as vovós, os filhos e os netos, em uma mesa enorme. Ao todo, em cerca de 30 pessoas.

Celícia me apresentou seu grupo de teatro e o diretor alemão, que fala muito bem o italiano. Também estive com Cecilia e Stefano em uma festa cheia de artistas, para comemorar o aniversário do espaço cultural onde fica o grupo de teatro dela.

Com Stefano, Cecilia e Caroline, minha amiga francesa


Os dias em Lecce foram muito especiais também porque pude reencontrar uma amiga francesa Caroline Capgras, que conheci durante minha viagem na Amazônia, no ano passado. Ela fez a trajetória Orlèans-Paris-Bari-Lecce especialmente para me ver. E foi muito bem recebida por Francesca, Cecília e Stefano, que quiseram conhecê-la e convidaram-na para ficar comigo quando falei de sua vinda. Foi um gesto muito generoso (sem palavras...).

Conheci Gallipoli, uma cidade de nome grego situada próximo a Lecce. Na volta para Bari, parei em Brindisi para mais um concerto de música clássica. E para fechar minhas três semanas em Bari com chave de ouro, organizamos uma noite brasileira, onde fiz uma pequena mostra das minhas fotos da Amazônia, com direito a tradução simultânea! Tive mais um jantar na casa do meu último anfitrião, Roberto Capezzuto, antes de embarcar para Catânia, na Sicília.

Roberto Capezzuto, Valentina (abaixo) e Heloísa! Sua linda família. O Gabrieli, de três anos, já estava dormindo. Esse menino sapeca corrigia o meu italiano com muita propriedade!


Roberto e Lavinia me acompanharam até o embarque para Catania e esperaram meu ônibus sair até o último minuto. É muito amor!

Laura Licari, outra jovem Servas, organizou também um jantar de boas-vindas em Catania. O povo do Servas marcou presença! Isso que eu só ficaria por lá por um fim de semana! Na companhia de Laura e seus amigos, conheci o centro histórico de Catânia, as ruínas datadas de a.C., os castelos medievais e a vista inesquecível para o Mar Jônico, um braço do Mar Mediterrâneo. No domingo, subimos cerca de mil metros do vulcão Etna (são mais de 3 mil metros, no total), de carro e a pé, para ver mais de perto seu pico branquinho de neve.

Com a turma do Servas da Sicília, no jantar de boas-vindas. Eu e Laura, logo à frente

Em meu último dia na Itália, que seria dentro do aeroporto de Roma por praticamente 10 horas, uma surpresa: Fabrizio, meu primeiro professor informal de italiano e grande companheiro de passeios, me pegou no aeroporto para almoçar. Passamos a tarde juntos, comemos pasta com frutos do mar e conversamos muito em italiano. Fiquei feliz porque, desta vez, Fabrizio me compreendia bem e não precisou usar o inglês. Nem eu!

Gostei muito de ser convidada para participar do primeiro SYLE na Itália. Estive muito longe do meu país, mas próxima de pessoas queridas, que me trataram como uma velha amiga. Agradeço à Francesca Anaclerio, sempre disponível e afetuosa, pela impecável organização do SYLE. Também sou grata à Lavinia Cozzi, que me levou de lá para cá com seu carro nos momentos que foram necessários; ao Roberto, pelas duas semanas intensas de lição de italiano; à Carolina, que conseguiu um belo lugar para fazermos a última “serata” italiana, com a exposição de fotos; e a todos os meus anfitriões, pela belíssima receptividade durante o SYLE.

Novembro de 2008 permanecerá na minha memória como uma das melhores experiências de vida, de troca de conhecimentos e de aceitação do outro. Espero por todos no Brasil, de braços abertos!

Grazie!

Débora Didonê Sanches, São Paulo, Brasil

domingo, 15 de junho de 2008

Descontração, bate-papo, histórias e fotos

Em pé: Andréa Assis, Paulo Rosa, Elizabeth Tedeschi, Welington Santos e Yvone Gomes Rosa. Agachados: Roberto Borenstein e Ana Claudia Gomes Monteiro. Tirando a foto: Débora Didonê. Além das margens da imagem (por que foram embora antes ou chegaram depois): Ayr Chaves, Alvany Maria dos Santos Santiago, Jefferson Rubbo, Marina Maluly Pacheco e Marcia Takano.

As portas de Andréa Assis abriram-se novamente para os Servas paulistas no dia 1 de junho -- e com a mesa da sala repleta de novas delícias. Desta vez, tivemos uma visita especial de Alvany Santiago que, vinda diretamente da cidade pernambucana de Petrolina (a cerca de 700 quilômetros de Recife e 500 quilômetros de Salvador), brindou-nos com descrições e histórias locais, comparando-a com a vizinha baiana Juazeiro, situada na margem oposta do Rio São Francisco. Professora universitária, Alvany instalou-se com a filha Vivian em Petrolina depois de morar em diversos lugares no Brasil e nos EUA.

Contamos também com a presença de Elizabeth Tedeschi, nova anfitriã paulistana. Em questão de minutos os novos membro da organização se misturaram aos antigos e recentes e deram boas risadas. Eu, Débora Didonê, aproveitei para mostrar as fotos da Amazônia, onde conheci meu primeiro day host, Jander Nascimento, atual coordenador da organização em Manaus. Por mais que estejamos em contato pela internet, o segundo encontro do ano mostra o quanto é importante termos a oportunidade de trocar informações sobre o que fazemos no Servas, quem recebemos, quem visitamos, que idéias temos a acrescentar para que os viajantes se sintam mais inteirados da cultura brasileira e paulista. Também é a oportunidade para que apresentemos nossos visitantes a outros membros. E vamos ao próximo. Fiquem atentos!

-- Por Débora Didonê

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Da terra da rainha para o Brasil

Estes são alguns exemplos de relatos de viajantes ingleses que estiveram aqui pelas terras brasileiras. Os textos foram extraídos do informativo mensal do Servas International, edição de março deste ano.

Brazil, learning
We stayed with Roberto in Sao Paolo who was an excellent host in this very hectic city. He was knowledgeable about Servas and the very vast moving history of the town. Certainly an insight that would have been unavailable any other way.
Hannah also stayed with André in Rio Grande do Sul, his first guest! This area was totally unlike the metropolitan distracts and once again the host was key to learning how it all works.
R Boyle, H Dee, Leeds, England

Brazil 2
São João del Rei: Tom and Marcia went out of their way to spend time with us, showing us much of the local area as well as introducing us to other friends. Last be not least, the food from Tom's own garden was great!
Rio de Janeiro: At very short notice (1day) Jürg invited us to spend 24 hours on his small-holding in the mountains. He introduced us to his philosophy of eating only raw fruit and vegetables (virtually all home grown)
C Allen, Buxton, England

domingo, 11 de maio de 2008

Vem lá da África

O relato a seguir, em inglês, foi enviado pela editora do Servas International Newsletter, Jane Guilffould, para sabermos o que a organização tem feito lá no outro lado do Atlântico -- mais precisamente, na África. Boa leitura!

Servas in Africa Meets in Zambia

Between 6 and 10 of December 2007, 27 people from 6 countries in Africa met for an Africa Area Meeting (AAM) in Livingstone, Zambia. We were hosted by nine Servas members in the city above the “Smoke that Thunders” (Victoria Falls). Besides a large contingent from Lusaka and Livingstone, five participants came from Botswana, three from Malawi and one from South Africa. All these Servas members travelled overland by road, by bus or in cars. In addition two delegates were able to fly in, one from Uganda and one from Brazzaville (Congo) in Central Africa. Missing were delegates from Namibia, Kenya, Mauritius, Tanzania and Ethiopia, in East and Southern Africa, who had originally planned to attend. No participants from West Africa were able to make it.There was a welcome guest from Servas Britain. The AAM noted with regret that Demelza Lewis Benbow, Malawi, was unable to be present but congratulated her on her new son, Taron.

Over the four days the diverse group played start-up games led by Malawi, and covered a long agenda beginning with the 18 pages of minutes from the last Area Conference in Malawi in 2003. Items for consideration included the history of Servas, twinning, Servas areas in Africa, country reports, administration of national groups, reports from travellers and people hosted, communication issues, finances, the future and evaluation. The evaluation was very positive. The Zambian hosts were congratulated, particularly Clare and Vimbi Mateke, at whose home we met.

Each delegate had a folder of documents in advance that was more than 28 pages long. Chairperson and recorders were rotated. Minutes will be available in early 2008. The gathering did recommend to Servas International that the areas in the continent of 54 countries in the future be three: West Africa, North Africa and Eastern and Southern Africa (and not the current Anglophone/ Francophone Africa). Members were encouraged to use FaceBook to post notices and exchange information on Servas activities. There was time for excursions on different days to the Falls, a National Park and the Livingstone Museum. In conclusion on Sunday evening there was singing and dancing, with the Congolese cha-cha-cha being ranked tops.

The following were elected unanimously by National Secretaries. E&SA Coordinator, Sheldon G. Weeks (Botswana); Deputy Coordinator, Clare Mateke (Zambia); Youth Coordinator, Chris Misuku (Malawi); E&SA Host-list Coordinator, Christine Fischer (South Africa); E&SA Newsletter Coordinator; Cathy Chikabadwa (Botswana); and E&SA Web page Coordinator, Rey Joseph (Mauritius) (not present, but agreed to continue in this position).

-- Sheldon Weeks, Botswana

Africa in Action
As well as the Africa Area meeting, representatives from Africa have been taking part in other meetings. Here are some of them: Local meetings in the new West African members of Ghana, Sierra Leone and Cameroon. Peace meeting in Ghana reported by Yama Sellaisse Ababio in Servas Monthly News (June 07). Youth event at Dalesbridge, England in July and August had the pleasure of welcoming Moses Kigozi from Uganda and Mary Boloweza from Malawi.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Claudia, a érrepê do Servas

Cláudia, em pé, ao lado da viajante Virgine

Enquanto o marido se preparava para uma pós-graduação na Bélgica, a porto-alegrense Claudia Joenck Cayres Pinto tentava encontrar uma organização internacional naquele país, cujos membros o acolhessem e apresentassem a cultura local. Chegou o dia de ajudá-lo a arrumar as malas, e nada. Ao embrulhar alguns itens frágeis da viagem com folhas de jornal, leu a notícia do encontro, no Rio de Janeiro, de uma organização pacifista, chamada Servas. Ligou para o editor do jornal atrás do contato do grupo e conseguiu, com o fotógrafo da matéria, o telefone de Sandra Vigna, a fundadora do grupo no Brasil. Foi ela quem entrevistou o marido de Claudia, no Rio, horas antes do vôo para a Europa. “Fiquei impressionada com a boa vontade da Sandra e feliz por saber que também poderia me tornar uma anfitriã”, diz. A gaúcha, de 55 anos, considera-se viajante desde os três. Mas integra o Servas desde os 31. Hoje, tem um companheiro “dois em um” para as jornadas. James Patterson, com quem casou em 2001, tem cidadania norte-americana e brasileira. As filhas do primeiro casamento, Ângela e Elizabeth, acompanham Claudia de vez em quando. Afinal, não é tão fácil ser filha de alguém tão inquieta. Claudia se move pela vida, pelo humano, e se tornou peça-chave da organização, divulgando-a pelo mundo.

Paz e hospitalidade – Em seu primeiro ano de Servas, Claudia não recebeu visitas, nem o primeiro marido conheceu ninguém na Bélgica. Ao contrário, voltou ao Brasil desapontado com o coordenador de Bruxelas, que morava a uma quadra de sua universidade, mas nunca tinha tempo para vê-lo. Sem perder o ânimo, Claudia procurou os brasileiros. Passou a ouvir histórias de viagens e divulgar o Servas por onde ia. “Eu acreditava no ideal de paz e hospitalidade que o grupo propunha”, conta. Quando conheceu Roberto Borenstein, que hoje é coordenador nacional em São Paulo, uniu-se a ele para fortalecer seus planos. “Com minhas constantes viagens, ele me deu o simbólico título de Relações Públicas”, conta. Embora a função não exista na organização, Claudia a exerce muito bem. Em 1993, ajudou a distribuir e confeccionar camisetas, fez reuniões no Rio Grande do Sul e até aproveitou envelopes usados para reduzir os custos. Ela sempre teve o dom de usar os recursos disponíveis para facilitar o contato com membros internacionais. Quando foi diretora de uma empresa de importação e exportação, há oito anos, aproveitou viagens de trabalho para divulgar o Servas. Visitou a coordenadora sul-americana Marisa Contini, em Montevidéu, e passou a conhecer e ser conhecida por secretários internacionais interessados em expandir o grupo. “Os membros do Paraguai se tornaram uma extensão da família e contamos os dias para revê-los até hoje”, diz. Também tem boas lembranças do Chile, de onde recebe muitos hóspedes; da primeira conferência internacional, na Austrália; da Guatemala e da Tailândia; do escritório de Nova Iorque, onde trabalhou como voluntária e organizou encontros quando visitou os Estados Unidos.

“Primos no mundo todo” – Seus primeiros visitantes, o casal Gabi e Bat Sheba Barshi, de Israel, foram por ela visitados. “Digo que tenho primos no mundo todo e viajo para revê-los ou conhecê-los”, conta Claudia, que já passou por 20 países em busca dos “entes queridos”, incluindo Egito e Nova Zelândia. A primeira anfitriã, Helga Smith, de Nova Iorque, guardou em Claudia uma das melhores lembranças do bem que os membros do Servas querem um ao outro. “Em 1995, sem nem me conhecer, Helga cedeu o quarto e a cama e dormiu no sofá da sala para que eu tivesse conforto depois de nove horas de vôo”, lembra. Helga foi sua madrinha de casamento, assim como outros amigos membros do Servas. A organização passou a fazer parte de sua vida, nos momentos bons e nos ruins também. Quando precisou tratar um câncer de mama, recebeu visitas inesperadas. “Vieram dos Estados Unidos e do Paraguai para passar longas temporadas comigo e meu marido, em Porto Alegre”, conta. “Foi um dos fatores determinantes para a minha recuperação”. Para Claudia, a troca de culturas e nacionalidades e humana proporcionada pelo Servas é uma maneira de construir a paz no mundo, a boa vontade e o entendimento entre os seres. “E abre caminhos jamais imaginados”.

- - Débora Didonê

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Refugiados no Brasil

Uma matéria muito interessante publicada na REVISTA PIAUÍ:
http://www.revistapiaui.com.br/artigo.aspx?id=571.

Trata-se do diário da palestina AYEDA RAJAI NASRI AMA, de 26 anos, que vivia num campo na Jordânia depois de abandonar o Iraque em guerra, onde morava já como refugiada, e que chegou ao Brasil por meio do ACNUR, programa da ONU para refugiados.

Não só palestinos estão entre os estrangeiros que o Brasil recebe, por meio de acordo firmado com o ACNUR: angolanos, latino-americanos diversos, cubanos... Conheça outros emocionantes casos na série de reportagem do Bom Dia, Brasil, da TV Globo.
http://www.osrefugiados.globolog.com.br/


“Um refugiado ou uma refugiada é toda pessoa que por causa de fundados temores de perseguição devido à sua raça, religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social ou opinião política, encontra-se fora de seu país de origem e que, por causa dos ditos temores, não pode ou não quer regressar ao mesmo.”
Convenção de 1951 sobre o Estatuto dos Refugiados.

Leia também: http://www.onu-brasil.org.br/agencias_acnur.php
Lançamos a pergunta: e nós, membros Servas, com isso?
Open doors...

terça-feira, 22 de abril de 2008

Sudeste na ativa

Servas São Paulo
Encontro na paulistânia
Antigos e novos integrantes de Sampa pensam em ações para 2008


Acima, Andrea, Welington, Roberto, Maria Fernanda,
Lilian, Regina. Abaixo, Alice, Jefferson e Débora. Atrás da câmera, tirando a foto, Luci


Em uma reunião regada a chá, suco, bolo e biscoitos, no confortável apartamento de Andréa Assis, em Higienópolis, um grupo de antigos e novos integrantes do Servas paulista aproveitou para se conhecer e definir as metas deste ano. O casal Alice e Welington, de São Bernardo, e Lilian Gelman, da capital, fizeram sua estréia na organização. Sejam bem-vindos! Também estiveram presentes Débora Didonê, Fábio Vicente, Jefferson Rubbo, Lucí Braga, Maria Fernanda Vomero, Regina Celia Costa Silva e Roberto Borenstein. Ávida pela opinião dos leitores do boletim Servas Brasilis, a equipe do informativo propôs uma análise da primeira edição e todos decidiram que é preciso dar mais gás à comunicação entre os membros nacionais. Por isso, além de mandar uma versão anexa por e-mail e publicá-la na página do grupo de discussões, ficou combinada a criação deste blog para o conteúdo.

Também foi sugerida entre os membros paulistas a idéia de incumbir uma missão aos jovens que venham ao país pelo SYLE: partilhar com os anfitriões brasileiros uma apresentação sobre seus países de origem e relatar o que viveram no período em que estiveram no Brasil. O objetivo é permitir que esses visitantes tragam e dividam conhecimentos, como verdadeiros mensageiros de sua cultura. E também, que revelem seu olhar sobre esse país tão diverso. Para a próxima participante do programa, a jornalista colombiana Maria Clara Valencia, de 31 anos (que chega em setembro), será proposta uma apresentação sobre a Colômbia e, ao término da visita, a escrita de um relato (ou uma crônica) sobre sua convivência com os paulistas e demais brasileiros (é possível que ela inclua outros Estados em seu roteiro) e de suas impressões sobre o Brasil. O material, é claro, fará parte do Servas Brasilis. Da mesma maneira, o grupo quer reforçar a sugestão de que visitantes da capital ou de qualquer outra região do país, brasileiros ou estrangeiros, enviem seus relatos de viagem, partilhando suas experiências com os demais membros.

Entre as principais preocupações do Servas São Paulo, está a necessidade de preencher vagas de coordenação da organização em inúmeros estados. Inclusive, na capital paulista. Esta será uma das mais importantes pautas do grupo nos próximos encontros: comprometer-se com o Servas para estimular o contato entre os membros (por isso, o retorno do boletim), proporcionar novos encontros e fortalecer a ligação do Brasil com o mundo. O que, aliás, será feito pela secretária de Paz Maria Fernanda Vomero, que se prepara para uma longa jornada a partir de maio.

-- Débora Didonê, Servas - SP


Servas Rio de Janeiro
Música, chope e bom papo
Membros cariocas se encontram mensalmente, desde o ano passado, e estreitam laços

Os encontros mensais do SERVAS Rio de Janeiro nasceram da necessidade de um ponto fixo para trocar experiências e informações e conhecer melhor uns aos outros. O anfitrião André Pereira e a coordenadora Márcia Bello chegaram à conclusão de que um lugar interessante seria o restaurante da Modern Sound, em Copacabana, um ótimo ambiente com shows de boa música, perfeito para colocar o papo em dia entre 17 e 19 horas de cada primeiro sábado do mês. Lá se tornou, então, em março de 2007, oficialmente o point SERVAS. Os encontros também se tornaram uma oportunidade para que os anfitriões estrangeiros que vivem no Rio se sentissem acolhidos e, com tanta gente reunida, o lugar ficou pequeno. Foi quando as reuniões passaram a acontecer no café da Livraria Argumento, na mesma rua Barata Ribeiro. Segundo Márcia, o último encontro contou com 13 pessoas, sendo a Andréa Assis de Sampa, e todos os demais, do Rio.

Aos viajantes Servas: confirmem por e-mail como chegar no café da Livraria Argumento (de Copacabana). Horário: entre 17 e 19 horas. Data: primeiro sábado de cada mês.


À Mineira
Frutíferas discussões


Graças à iniciativa de Thomas Tate, em 25 e 26 de janeiro deste ano, foi realizado o 2º. Encontro do Servas de Minas Gerais, com a presença de nove anfitriões locais e três paulistanos, incluindo o Secretário Nacional, Roberto Borenstein. Entraram em debate tópicos importantes: como aumentar o número de viajantes estrangeiros e nacionais no Brasil, maneiras de estimular a interação entre os membros, a independência financeira do Servas, a necessidade de maior divulgação, entre outros. O próprio boletim é fruto desse encontro! Que a iniciativa de Thomas possa inspirar outras reuniões regionais e uma participação mais efetiva dos anfitriões em suas cidades e no país. A ata completa está disponível no página: http://br.groups.yahoo.com/group/membros-servas-brasil/files/

Thomas, um americano ‘mineirin’



O norte-americano Thomas Tate nasceu em Long Beach, Califórnia, nos Estados Unidos, 58 anos atrás. Recém-formado em Geologia, mudou-se para Santa Fé, no Novo México, onde trabalhou na área de meio ambiente. Há dez anos é anfitrião do Servas. Louco para conhecer o Brasil, veio para cá como viajante. Foi graças à organização, vejam só, que conheceu sua esposa. Inicialmente, com o visto de turista, Thomas morou durante seis meses em Brasília, enquanto aproveitava para conhecer outros estados. Em Minas Gerais, hospedou-se na casa da mulher por quem se apaixonaria, Márcia Roos, também membro Servas. Demorou mais um pouco para que finalmente ficassem juntos. “Meu prazo venceu, voltei aos Estados Unidos e, cinco meses depois, escrevi à Márcia para que nos encontrássemos na minha volta ao Brasil”, conta. Ela propôs hospedá-lo novamente. Ele, é óbvio, aceitou. Desta vez, com um visto de voluntário em projetos sociais, Thomas trabalhou em Educação Ambiental e hortas comunitárias. Seu visto venceu e... ele e a anfitriã casaram.

“Moramos juntos durante três anos em Tiradentes (MG), até comprarmos um sítio em São João del Rei. São quatro anos na cidade, em que trabalho como produtor de hortaliças orgânicas, minha esposa atua como fonoaudióloga e minha enteada Clara, filha de Márcia, estuda no Ensino Médio”, diz o norte-americano, completamente entregue aos encantos mineiros. Quando surgiu uma vaga para coordenador do Servas em Minas Gerais, ele quis ajudar até que alguém aceitasse a responsabilidade de modo permanente. Não sabia que esse alguém seria ele próprio. “Vai ser meu terceiro ano”, diz. “Tomara que possa fazer muito pela minha região, Servas Brasil e Servas internacional.”
-- por Débora Didonê

Raio-X em verde-amarelo

Situação do Servas Brasil:

>> Anfitriões na lista de 2008: 219
>> Anfitriões na lista de 2007: 194
>> LOIs emitidas em 2007: 29
>> Viajantes recebidos em SP em 2007: 20
>> Viajantes recebidos em MG em 2007: 6
>> Viajantes recebidos no Brasil em 2007: por volta de 100

segunda-feira, 21 de abril de 2008

"Cerimônia Verde" em memória de Pippa







Para lembrar o projeto, os sonhos e a disponibilidade de Pippa Bacca, foi realizada em 19 de abril, no apartamento dos anfitriões Servas Sercan Duygan (em pé, na foto central) e Jaki Baruh, em Istambul, uma cerimônia em homenagem e memória à artista italiana. Realizada no mesmo horário do funeral na Itália, a reunião foi marcada pela cor verde, a pedido da família da jovem.
Estiveram presentes, além de vizinhos e amigos dos anfitriões, vários membros Servas da Turquia e outros que estão em jornada e se encontravam na cidade.
As fotos foram tiradas pelo viajante francês Damien que, com sua namorada Delphine, está viajando pelo mundo e registrando encontros e descobertas. Um dos vídeos -- gravado em Istambul e protagonizado por Jaki Baruh -- pode ser encontrado no link abaixo e transmite muito do que é ser Servas: http://www.youtube.com/watch?v=fPudnD9q9kA .
-- Maria Fernanda Vomero


sexta-feira, 18 de abril de 2008

Homenagem à artista italiana morta na Turquia



A italiana Pippa Bacca, assim como sua amiga Silvia Moro, era uma artista corajosa e idealista. Ambas saíram de Milão, em 8 de março, com um objetivo: cruzar os Bálcãs e o Mediterrâneo, vestidas de noiva, pedindo carona até chegar a Israel e a Palestina, encerrando a jornada em Jerusalém. A idéia era partilhar o cotidiano com as gentes no decorrer da trajetória e, por meio do específico traje, criar uma arte interativa e pacífica. Na volta, fariam uma exposição dos vestidos usados ao longo do caminho, com suas marcas, suas manchas, suas histórias. Pippa, de 33 anos, foi encontrada morta na madrugada do sábado passado, 12 de abril, nos arredores de uma cidade não muito longe de Istambul, Turquia. Estava nua. Tinha sido violentada. Seu corpo estava enterrado. Aparentemente o assassino lhe havia oferecido carona.


Pippa e Silvia mantinham um site: http://bridesontour.fotoup.net/. Queriam levar ao mundo uma mensagem de paz do jeito que sabiam, com a arte e na base da confiança no outro. A tristeza de sua morte não ofusca a beleza do projeto nem os anseios por uma humanidade mais digna. Em memória à Pippa, Sercan Duygan -- membro Servas na Turquia e último anfitrião da artista e de Silvia em Istambul -- divulgou o seguinte texto (em inglês):
ON THE ROAD TO THE ESSENCE OF HUMANITY

If you rapidly spin a color chart, the color image that you see is white…

White symbolizes peace, purity and innocence. It is open to changes, external influences and all taht is new. White has the capacity to have this effect on us and help us to understand the meaning of time and flow.

A bride dressed in white symbolizes a new expansion, innocence, fullness and peace with all its reflections.

Two good friends, Pippa Bacca and Silvia Moro, set out on a journey in March. Wearing white wedding dresses to symbolize purity, beauty and change, their dream was to live this experience and have a positive effect on others.

A philosopher once said, “A journey is an ideal like a star we can never reach. But just like the sailors, its the sign that helps us find our way” It is not known whether this is the same for all of us, but to move forward for our ideals and living in this way is real for the ones who share it.

Today, we faced one of those journeys. A journey that is difficult to understand, but with a spiritual message. A journey with no timescale but that was tragically cut short after only one month. A journey that has now had an impact on everybody’s heart. A journey that began in Europe traveling through many civilizations with the Holy City of Jerusalem being the final destination.
A pure, naive journey of peace…
Brides On Tour…

Today we are on a very different stage of this journey, but not very different from the one that was planned.

Today Pippa Baca has left the physical stage of this journey; however her spirit continues with Silvia Moro, heightening its awareness.

She showed us how to risk everything for the sake of our dreams, even if it is very difficult.
She reminded us that the move towards peace is more difficult than anybody knows.
She reminded us that peace for all is more important than individual peace and the first stage is peace within ourselves.
She, herself, took this first step.

We may not be Pippa Baca or Sylvia Moro, but today we can feel what they feel and see the light in their path.

This light not only showed us the path, but gave us warm feelings and also reminded us that the belief of change comes from inside and awakens our awareness.

It was a pleasure to know Pippa, to come together with her family at this stage of the journey, to listen to Sylvia sharing her thoughts with us and to feel the support of friends from around the world.
Most importantly it is to share these feelings.

Pippa, we send you our deepest love for everything that you remind us of on your journey to peace with Silvia and including us in your path to your inner self.

Pippa, we send you our deepest love for the road that you showed us Peace and for including us in your journey towards your inner self.

Sercan DUYGAN

Vivências em um certo Oriente

Crianças em Tsfat, Israel (MFV, 2007)



Crianças no Campo de Refugiados Deheishe, em Belém, Palestina (MFV, 2007)



Mal havia chegado de dois meses mágicos no México, um deles pelo SYLE 2007, e já preparava a mochila a fim de partir de novo. O destino? Palestina. No dia de minha aterrissagem em terras brasileiras, recebi um e-mail encaminhado pela amiga Cláudia Chaves sobre um programa chamado Jornada pela Justiça, promovido por ONGs internacionais e apoiado pela ACM local, cujo objetivo é levar estrangeiros à região para visitas a lideranças locais e entidades promotoras de direitos humanos. Não tive dúvidas: preparei currículo e carta de motivação, passei pela entrevista e já estava em Cumbica novamente, com o passaporte nas mãos.


Meus 42 dias no Oriente Médio – 15 na Palestina (Cisjordânia), 25 em Israel e dois em Petra, na Jordânia – mudaram incrivelmente minha maneira de ver o mundo. A cada dia, experimentava uma aula de história na prática. Com cada pessoa que cruzava meu caminho, árabe ou israelense, eu aprendia algo novo, tinha uma perspectiva diferente sobre a realidade. Deparei-me com um conflito extremamente mais complexo e profundo do que a cobertura superficial e maniqueísta da mídia brasileira deixa transparecer (falo com propriedade, sou jornalista há dez anos). Deparei-me com violações dos direitos humanos, com um desrespeito a tratados internacionais, com mágoas antigas e doídas. Mas também encontrei muita generosidade e abertura, vida pulsante, sonhos e esperanças, gente que chora e que ri como nós choramos e rimos. Senti, de todos os lados, um anseio vibrante pela paz. Estive com anfitriões Servas em praticamente toda a viagem por Israel, que cruzei de Norte a Sul, provocando curiosidade: o que faz uma não-judia por aqui? Nos territórios palestinos, fui hospedada pela linda família do Naim em Hebron, cidade ao Sul em constante conflito por conta dos quatro (!) assentamentos judeus ultra-ortodoxos encravados na cidade. Só há duas famílias palestinas que pertencem ao Servas – mas o desejo do novo Secretário Nacional israelense, Haim Murik, de Haifa, é aumentar esse número.


Haim é um sonhador. Casado com a brasileira Lisete e com três filhos lindos, ele sabe que a “ignorância sobre o outro” – ou seja, o parco contato entre israelenses e palestinos, que se dá basicamente nos check-points – também é pólvora para o conflito. Haim imagina um SYLE entre jovens israelenses e palestinos. Quem sabe possa ser uma semente para a paz que pede urgentemente para brotar na região. Em maio deste ano, Israel comemora 60 anos de existência como Estado. E os palestinos relembram a Nakba (catástrofe). George W. Bush planeja voltar à região, como uma tentativa política de salvar seu governo se conquistar um acordo de paz viável e concreto. O Hezbollah promete não dar sossego aos israelenses. O Hamas segue desafiando a Autoridade Palestina, enquanto o povo em Gaza e também na Cisjordânia sofre com o boicote econômico perpetrado por Israel e pela construção dos muros ao redor das cidades palestinas, formando novos guetos, os guetos do século 21. Há saída?, me pergunto. Há saída?, perguntavam-se, entre a resignação e a fé, membros Servas e conhecidos dos dois lados.


A vivência no Oriente Médio me rendeu muitas amizades, grandes descobertas e belos relatos. Ajudou-me, inclusive, na definição de meus próximos passos. Embaixo desses conflitos todos, há uma história humana que luta para sobreviver e vir à tona. E é atrás dessa história, atrás dessa gente que as notícias não contemplam e de quem os governos esquecem, que quero ir. Destinos: países marcados pelo conflito. Palestina uma vez mais, Bósnia, Kosovo... Como disse o poeta Ferreira Gullar, “só é justo cantar se nosso canto arrasta consigo as pessoas e as coisas que não têm voz.” Em fins de abril ou começo de maio, estarei de novo em Cumbica, passaporte na mão, para nova jornada. Desta vez mais longa, mas igualmente pulsante.


Por Maria Fernanda Vomero, Servas-SP

terça-feira, 15 de abril de 2008

Istambul recebe jovens do mundo em julho

Istambul, Turquia (MFV )


Abrir-se ao outro. Ser fator de mudança na sociedade. Promover a paz ao redor, alcançá-la dentro de si – esses e outros temas fundamentais estão na pauta do 3º Encontro Juvenil do Servas Internacional, que ocorrerá em julho em Istambul, Turquia. O primeiro foi na Patagônia, Argentina, em 2006 e, o segundo, no ano passado, em Yorkshire, Inglaterra. Organizado pelo Servas Youth, o grupo dentro da organização dedicado à juventude e igualmente responsável pela realização do SYLE, com apoio dos membros turcos, o encontro visa atrair jovens entre 18 e 30 anos de várias partes do mundo e também integrantes de qualquer idade dispostos a refletir sobre o que o Servas têm a oferecer à juventude e como todos podem contribuir para fazer deste mundo um lugar mais digno de se viver.



“Um dos principais objetivos é reunir jovens de todo o mundo, vindos de diferentes contextos raciais, culturais e religiosos a fim de que ele possam aprender um do outro por meio de atividades positivas e esforços valiosos”, afirma a turca Evren Atvur, uma das organizadoras do evento. “Além disso, queremos proporcionar um espaço onde a juventude possa expressar livremente suas opiniões e dar sua contribuição à cultura da paz em nível nacional, regional e internacional.”



Segundo Evren, o encontro também ajudará a promover os valores e idéias nos quais o Servas foi fundado. “Ao receber viajantes em nossos lares, assim como nós mesmos entramos em lares de outros membros Servas, possibilitamos a cada um o dom do aprendizado, do entendimento, da tolerância, da amizade, do respeito e da boa vontade: os componentes primeiros da paz”, completa a jovem. O evento será realizado de 19 a 26 de julho, no campus da Universidade Sabanci, a 45 minutos de Istambul, no lado asiático.


Para mais informações a respeito do evento e inscrições, consulte o site em inglês: http://www.servasturkiye.org/youth2008.



-- Maria Fernanda Vomero

Falece Bob Luitweiler, fundador do Servas

Morreu anteontem, domingo 13 de abril, nos Estados Unidos o pacifista e defensor dos direitos humanos Bob Luitweiler, de 89 anos, fundador do Servas. Sua vida se caracterizou por uma busca incessante pela promoção da paz sem fronteiras.

"Creio que uma leitura atenciosa da biografia do criador de Servas muito nos orienta em relação ao nosso trabalho voluntário junto ao Servas. Confesso que, quando a imprensa, quando amigos etc. comparam Servas ao programa do sofá, fico preocupada. Servas não é um programa de hospedagem gratuíta; Servas é muito mais do que isso: é gerar laços de amizades, visando ao encurtamento das fronteiras provocadas por diferenças culturais. Se tenho um amigo na Irlanda, passo a nutrir simpatia, de certa forma, por aquele povo. É a paz plantada dentro de mim", afirma Soraya Castilho, membro do Servas Brasil, em Brasília - DF. "Que a passagem do criador de Servas para o andar de cima fortaleça, ainda mais, o seu ideal de paz, por meio desse movimento (que não é uma organização), chamado Servas."


Abaixo, um texto escrito em inglês por Judy Sears em homenagem a Bob:

Bob's life can be characterized by his passion for peace-building. After a year at Antioch College, in 1942 Bob Luitweiler, a Ghandhian-inspired conscientious objector began serving time in prisonin the US for his objection to being drafted to fight in World War II. Bob spent two years in confinement where he turned his experiences ofbeing jailed with other social out-casts, now including otherconscientious objectors, into two years of study and sociologyseminars. Bob studied Esperanto while in prison, and before hisrelease was teaching this intended-to-be global language to fellowinmates.

After his release, Bob worked "odd jobs", living and experiencing thelives and hardships of many under-represented people who wereperforming the labor that was fueling growth in America. In 1946 Bobread an article about Ghandi in a small folk school paper written by a Quaker, Esther Harlan. He sought her out at her home in the hills ofBerkeley, CA. Their conversations planted the first seeds of aprecious friendship, and what was later to become "Servas".


"The beginning (of Servas) is not a date or a place. Peace buildersbegan as a movement and not as an organization." Pat Knowles, Servas: an Experiment in Peace Building.


Bob made his first trip to Europe in 1948, and returned to Denmark in 1949 with a general idea that soon became the basis of Servas(Esperanto meaning "service"), that of a Work-Study-Travel scheme witha strong educational aspect for young adults. The Folk High School Movement in Denmark of the 1940's contributed directly to these ideas. This included not only a practical adult education, but knowledge ofone's roots, the history and culture of one's country, which Bobbelieved gave stability and cohesion to a people, independent of thesize of their country, their organization, or of its power. When combined with an international point of view, these ideas spoke directly to peace, although it was never stipulated that a Servas member needed to be, or should be a pacifist.


"All over the world there are small groups and individuals who areworking for a Society based on Creative Vocation, Non-Violence andSocial Responsibility." Bob Luitweiler


Bob continued to believe that our only hope to turn us away from thegreed that is destroying our cultures and our planet is to mentoryoung adults. His vision of this was simple; plant the seed with asmall group of college-age students, provide a space in which they cangather and talk and eat together, to get acquainted, share ideas andbecome a physically active force of volunteer peace activists. Bob wanted to introduce these young adults to the ideas of "peacebuilders ", Bob's phrase for people meeting people, bridging culturaland class differences with compassion, love, work and gratitude. Then these people would reach out as a group into their own communities, volunteering and teaching about peace building. Bob described this as being as simple as helping an older person to clear an over-grown yardand help plant a vegetable garden. This might also manifest as an afterschool mentoring program for poor and immigrant children.


The only limitations on these Peace Builders would be their own imaginations.
Bob worked till the moment he closed his eyes to convey this vision ofwhat work he saw as necessary to keep us from our own destruction.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

América do Sul em pauta


Grupo reunido em Eldorado:
na fronteira entre Brasil (Capanema, SC) e Argentina (Comandante Andresito, Misiones), 2007.



A realização do Encontro Servas Sul-americano foi um sucesso. Estivemos de 13 a 17 de outubro de 2007 na cidade de El Dorado, Argentina (a 100 quilômetros de Foz do Iguaçu), onde discutimos com transparência as realidades do Servas em cada país da América do Sul, seus pontos fortes e fracos, intercambiamos experiências e pontos de vista e buscamos determinar passos a serem dados dentro de cada grupo nacional. Houve também oportunidade de muita confraternização entre os participantes, além de passeios pela região da fronteira da Argentina com os estados de Santa Catarina e Paraná. O encontro foi aberto a todos os membros Servas.


Foram 38 os participantes: 32 sul-americanos (16 da Argentina, três da Bolívia, dois do Brasil, cinco da Colômbia, dois do Paraguai, três do Peru e um do Uruguai) e seis da Europa (dois da Bélgica, três da Alemanha e um da Hungria). Os dois representantes brasileiros presentes foram a Márcia Beatriz (Coordenadora Regional do RJ) e eu (na qualidade de Coordenador de Área para a América do Sul e de Secretário Nacional do Servas Brasil). O encontro sul-americano foi planejado para ocorrer simultaneamente com o Encontro Nacional do Servas Argentina.

Entre outras coisas, ficou combinado durante o encontro que cada grupo nacional sul-americano prepararia uma lista de metas para 2008, de modo que se possa trabalhar com base em objetivos claros. Sugiro aos coordenadores e membros do Servas Brasil tentarem estabelecer um plano de desenvolvimento e metas para cada estado brasileiro. Poderei ajudar com idéias e orientações aos que as necessitarem.


Foi um “encontro Servas sem fronteiras”, mostrando que nossa amizade e nossa cultura sul-americana podem ser compartilhadas, e isso nos une. Problemas estruturais que afetam o bom funcionamento do Servas em um país são de interesse de todos os países, já que terminam por impactar o coletivo de grupos nacionais. Os grupos nacionais mais bem estruturados podem ser de grande ajuda aos menos estruturados. O sucesso do Servas na América do Sul depende do sucesso de todos os grupos nacionais sul-americanos. Da mesma forma, o sucesso do Servas no Brasil depende do sucesso do Servas em cada um dos estados brasileiros. Os estados onde o Servas está mais estruturado podem ser de grande ajuda àqueles onde o Servas está menos estruturado. Afinal, somos ou não somos uma grande família?



-- Roberto Borenstein

Epifanias na capital mais verde do Brasil



Ouvia falar da Amazônia desde pequena. Na escola, nos jornais e até nas conversas com amiguinhos, com quem discutia seriamente sobre a devastação das florestas. Já grande, saí da faculdade e vim morar em São Paulo, extremo oposto da Região Norte do país. Com quase seis anos de Sampa (fui criada em Joinville e estudei em Florianópolis), uma força vital sinalizou: Vá para a Amazônia! Vá sentir a vida, a fluência dos rios e o silêncio penetrante das florestas! Em outubro, perto das minhas férias, entrei no Servas a convite de uma amiga muito querida. Marquei a viagem e ficou combinado que meu primeiro anfitrião seria de Manaus.

Hospedei-me em um albergue descolado, cheio de gringos, na região central da capital manauara, perto do Teatro Municipal e sua vasta programação de shows, dos prédios históricos revitalizados e do porto à beira do Rio Negro – e do qual eu sairia de barco a caminho de Belém do Pará, dias adiante. Jander Nascimento, meu day host Servas, um rapazote com cara de menino, calmo, sorridente e muito, muito gentil, preocupou-se em manter contato assim que soube da minha chegada. Em minha primeira noite, levou-me a um interessantíssimo passeio. Visitamos a orla de Manaus, com vista para a praia de Ponta Negra e, como dois exploradores, atravessamos um hotel rodeado por caminhos verdes e chegamos à areia branca de uma praia de água doce. Emoção! A primeira da minha vida!


Manaus, à noite, tem um movimento que é só dela. Dependendo do lugar em que se está, sons urbanos se misturam com o assovio (escondidinho no ouvido) de um vento fresco – que normalmente não aparece de dia. Perto da praia ou do rio, protagonizam o som das águas batendo nos cascos dos barcos ancorados e ofuscam os olhos as lâmpadas rebrilhantes dos barquinhos em retirada. Os sons amazonenses são como um mantra. Ainda um pouco tonta com a mudança de fuso (com o horário de verão de Brasília, ganhei duas horas em Manaus), eu dizia emocionada ao Jander: Obrigada, querido! Que lindo! Que lindo! O passeio não havia terminado. Seguimos para uma caldeirada em um restaurante a céu aberto, de volta à Ponta Negra. Acredite, os manauaras tomam caldo quente... e é delicioso, pois a carne dos peixes de água doce é muito encorpada e saborosa.


Foi muito bacana conhecer meu primeiro amigo do Servas em um cenário tão raro, tão único. Conversamos muito, como se fôssemos velhos amigos. Em poucos minutos, já brincávamos um com o outro. E Jander, mesmo sem poder me rever nos dias seguintes, manteve contato e esteve disponível para ajudar no que fosse preciso. Três dias depois de conhecê-lo e de comemorar meus 29 anos na capital mais verde do Brasil, segui de barco a Belém. Foram cinco noites fantásticas, em uma embarcação simples, lotada de trabalhadores e famílias e onde conheci cinco turistas europeus deslumbrados com o Brasil. Conversamos sobre inúmeros estados do país, as comidas, as músicas e, principalmente, o idioma. Fizemos descobertas lindíssimas no meio do caminho, com escapadelas do barco do qual, na maioria do tempo, não permitiam que saíssemos. Em Belém, deparei-me com uma capital agitada, riquíssima em cultural e história e quente, quente. Espero voltar logo. Saudades.

-- Depoimento de Débora Didonê

Rede de solidariedade

Seguindo as recomendações do Secretário Internacional de Paz, senhor Nandee Amarasinghe, a responsável pela função no SERVAS Brasil, Maria Fernanda Vomero, está elaborando uma Rede de Paz, Solidariedade e Voluntariado com a relação de todas as instituições e organizações não-governamentais que são apoiadas pelos membros nacionais, por meio do voluntariado ou de contribuições sazonais.

Quando a lista for finalizada, o objetivo é disponibilizá-la a todos os membros do Brasil e também aos viajantes que quiserem se engajar, por algum período (curto ou longo), em alguma atividade no país. Afinal, o conceito de paz vai além de mero sinônimo de não-violência; engloba também dignidade, partilha e justiça.

Se você é membro Servas e participa de algum programa voluntário, envie para servasbrasilis@gmail.com os nomes das instituições e/ou ONGs com as quais contribui, definindo o tipo de atividade desenvolvido e as formas de contribuição.

Brasil participa novamente do SYLE

Maria Fernanda, do Brasil, e Francisco Salomón, do México, participaram do SYLE 2008.


O SYLE (Servas Youth Language Experience) surgiu na Conferência Internacional do SERVAS em Barcelona, Espanha, em 2004 dentro de um outro programa maior, o SERVAS Youth, criado para incentivar e incrementar a participação juvenil no SERVAS. A idéia era ter um programa especial para jovens que aliasse não só a experiência de convívio internacional, mas também proporcionasse o contato com um outro idioma. E é exatamente esse objetivo que buscam os organizadores do SYLE. Para isso, foi feita uma experiência piloto entre a Argentina e o Brasil em maio de 2005. A primeira participante foi a brasileira Nayara Santos, de Curitiba, que passou um mês em Rosario. Depois disso, em 2006, a argentina Eliane Martín veio a São Paulo para participar do programa. Em 2007, São Paulo recebeu o Francisco Salomón, do México, e enviou a Maria Fernanda Vomero para lá.

O programa deste ano já está sendo planejado. “Recebi muitos e-mails de vários estados brasileiros perguntando a respeito”, diz a coordenadora do SYLE no Brasil, Marina Pacheco, de São Paulo. “Sempre gostei do contato com estrangeiros e, quando estive no encontro na Patagônia (o primeiro Servas Youth Meeting, em 2006), me identifiquei com a proposta do SYLE”, afirma. Foi por isso que Marina se prontificou a coordenar o programa, aqui, em terras brasileiras. Sua função é montar uma agenda para o jovem estrangeiro que englobe não só as aulas de português, como também diversas atividades que incluam passeios, trabalho voluntário, aulas de dança, culinária, entre outras.

Por enquanto, apenas São Paulo participa do programa. Marina entra em contato com os membros que têm interesse em participar como anfitriões ou professores e, junto com eles, elabora um plano que proporcione uma integração do jovem estrangeiro com a cultura local. Assim, o propósito de trazer mais jovens para o SERVAS, a fim de dinamizar a organização e estimular neles a prática do “open doors”, contribui para disseminar o sonho da paz no mundo.


–– Andréa Assis

PRIMEIRA PALAVRA

Quem fez parte de nossa organização entre 1991 e 1995 deve se lembrar da sensação que era receber o Boletim de Notícias do Servas Brasil pelo correio. A chegada do envelope gerava sempre algo de expectativa, emoção, curiosidade, alegria, sei lá o quê, em quem o recebia. O boletim trazia notícias do que acontecia no mundo Servas e relatos de experiências de viagens, anunciava encontros de membros e propunha o debate e a reflexão sobre o que significa fazer parte desta grande família. Foram cerca de 10 edições.
Lembro-me bem de como o boletim começou a existir. Lembro-me da energia motivadora do Wanderley Fernandes, colaborador incansável, seu amor universal, jornalista de formação e artista de vocação. Em 1991 Wanderley criou um boletim Servas Brasil temperado pelas estações do ano. O boletim de outono. De inverno. De primavera. De verão. O primeiro número trazia a cobertura de um encontro de anfitriões que fizemos na cidade de Nhandeara, a 470 quilômetros de São Paulo. Foi oficialmente o primeiro encontro de anfitriões organizado no Brasil. Tivemos a presença de membros de São Paulo, do Rio Grande do Sul (a Claudia Joenck não perderia este encontro por nada!), e do Rio de Janeiro (a Olga e o Oswaldo Vigna chegando em seu fusquinha branco!). Plantamos uma árvore no sítio da família de nossos simpáticos anfitriões João e Zilda (a árvore está hoje com 17 anos de vida!). Wanderley veio a adoecer gravemente e acabamos por perder este grande amigo. Os boletins foram editados nos anos seguintes pelo Marcos Moreira de Castro, de Salvador-BA, e pelo Marcos Netto, de Canoas-RS.
Não sei dizer ao certo em que ano o boletim deixou de ser publicado. Mas sei que o fato de termos deixado de produzi-lo diminuiu o nível de informação dos nossos membros, levando o Servas Brasil a se enfraquecer. Como dizia o Chacrinha, “quem não se comunica, se estrumbica.”
Mas a vida vem em ondas como o mar, num indo e vindo infinito. E aí chega a energia motivadora da Maria Fernanda, seu amor universal, jornalista de profissão, escritora de vocação e artista de montão. Junte-se a isso a alegria, o talento, a motivação e o espírito de colaboração da Débora Didonê e da Andréa Assis e... tchan tchan tchan tchan... nasce o novo boletim de notícias do Servas Brasil. Em vez do envelope pelo correio, você o receberá eletronicamente em seu computador. Não o delete. Imprima-o. Repasse-o. Compartilhe-o com sua família e com amigos. E, principalmente, tenha uma boa leitura!



Roberto Borenstein
Secretário Nacional - Servas Brasil
Coordenador de Área - América do Sul